22 de dezembro de 2008

Um Natal sem o papai Noel..

Estou preparando a minha árvore de Natal. Quero que ela seja viva, mas não quero que seja exterior. Eu a quero dentro de mim. Tenho medo das exterioridades. Elas nos condenam. Ando pensando que o silêncio do interior é mais convincente que o argumento da palavra. Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros.Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento. A vida é mais bonita no improviso, no encontro inesperado, quando os olhares se cruzam e se encontram. Quero que minha árvore seja feita de realidades. Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos. Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista. Tenho medo de que as árvores muito iluminadas me façam esquecer o dono da festa.Não quero Papai Noel por perto. Aliás acho essa figura totalmente dispensável! Pode ficar no Pólo Norte desfrutando do seu inverno. Suas roupas vermelhas e suas barbas longas não combinam com o calor que enfrentamos nessa época do ano. Prefiro a presença dos pastores com seus presentes sinceros. Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado. Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam. Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu. São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única. O ouro que brilha, o incenso que perfuma o ambiente e a mirra com suas composições miraculosas. O papai Noel chega derrubando tudo. Suas renas indisciplinadas dispersam as crianças, reiram a paz dos adultos. Os brinquedos tão espalhafatosos retiram a tranquilidade da noite que deveria ser silenciosa e feliz. O grande problema é que não sabemos que a felicidade mais fecunda é aquela que acontece no silêncio. É por isso que neste Natal eu não quero muita coisa. Quero apenas o direito de recolher o pequenino menino na manjedoura... Quero acolhê-lo nos braços, cantar-lhe canções de ninar, afagar-lhe os cabelos, apertar-lhe as bochechas, trocar-lhe as fraldas para que não tenha assaduras e dizer nos seus ouvidos que ele é a razão que me faz acreditar que a noite poderá ser verdadeiramente feliz. Neste Natal eu não quero muito. Quero apenas dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino. Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele, ela pode descansar um pouquinho ao lado de José.Ando desfrutando nos últimos dias o desejo mais intenso de que a vida vença a morte. Talvez seja por isso que ando desejando uma árvore invisível. O único jeito que temos de vencer a morte é descobrindo a vida nos pequenos espaços. Assim vamos fazendo a substituição. Onde existe o desespero da morte eu coloco o sorriso da vida. Faça o mesmo. Descubra a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fecha a sua chaminé. Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente. Na noite de Natal fuja dos tumultos e dos barulhos. Descubra a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhe garanto! Não tenha a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente. O que alegra um coração humano é tão pouco que parece ser quase nada. Ouse dar o quase nada. Não dá trabalho, nem custa muito...E não se surpreenda, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível." http://www.fabiodemelo.com.br/

18 de dezembro de 2008

Aurora bordejante

Gosto de me aventurar, desbravar meus próprios caminhos. Desvendar os mistérios da vida, quebrar os paradigmas impostos em carcaças de conceitos para preconceitos. A vida é assim, dia sim dia não, sem nenhum tostão, mas não deixo que ela me leve, eu levo a minha vida. Se deixo a vida me levar, não estou a ser sincera comigo, tampouco me dignaria à atitudes eivadas de sabedoria Divina, extrapolada de perdão e misericórdia para comigo.
Me interponho às minhas seguranças, digo não às minhas certezas, outrora sabidas inabaláveis, porém possuem frestas nunca antes encontradas, por onde entrou a luz do fim do túnel, antes impercepitível por uma vida frenética de inquisições.
Negando o que não sou, promulgando nova Constituição de mim, desde a aurora borboleando vem meu novo ser, de asas cristalinas de verdade, anseando em seu vôo de renascimento nova vida, que não foi traçada, tampouco lançada à propria sorte, mas sim zelada por um Deus imenso e cheio de amor, transpassada no coração de uma Virgem de voz de mel e um menino que não é chorão, e sim risonho e de coração humanamente divinal... Bordejando ao sabor da Trindade Santa, transpondo todas as expectativas por mim impostas para mim, intercalando prantos e alegrias, agonias e vitórias, amor, amor.. amor!
Não gosto muito quando as pessoas querem me aliviar o prazer que tenho de aprender comigo mesma, meus erros e acertos... Me sinto invadida por injunções indiscretas e impositoras de dever ser, agindo em mim forçadamente, com consequências desastrosas... Impondo em meu ser aquilo que vêem, e normalmente não sou. Prefiro que me ajudem a formar meu caráter, pedindo de mim aquilo que posso dar-lhes, sem exigências pautadas em regras pré-estabelecidas, não, nunca! Mas por presentes sinceros de almas disponíveis a transpor quaisquer tipo de circunstâncias formais e informais, aprendendo, além, muito além! Pessoas que me ajudem a ser mais humana, escoimadas de impertinências... Almas alheias a qualquer tipo de conceito, abundante de graças! Muitas graças! E que na solidão meu coração bata forte, bem forte, porque essa pessoa existe para que eu console o coração do meu Amado através dela. E que, somente sua existência, seja motivo de alegria para meu coração... ou não...
Sempre existirão os ladrões. Dia sim dia não eu serei uma deles... Resguardo-me diariamente de minhas condutas insanas, para que, no costume, não se esvaia de mim o que eu mais quero ser do que sou...
Entre tantos outrossim, aos meus olhos a luz de um novo dia, o nascer de uma nova manhã, com gostinho de futuro, plantado outrora na semente do presente...

16 de dezembro de 2008

Aprendi

"E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado". Lucas 3:12,13
Aprendi aprendendo que não se aprende se não se quer aprender.
Aprendi que querer não é poder, quando se quer o que não se pode, ou quando se quer o querer de outrém.
Aprendi que de nada vale ganhar o mundo quando se perde a si mesmo.
Aprendi que nada vale se valer da razão quando em sua frente não há razão alguma.
Aprendi que nada vale amar para ser amado, pois não é pedindo esmolas que se encontra um grande tesouro. O amor não se pede, ele simplesmente acontece, na vida de pessoas disponíveis para vivê-lo, em plenitude.
Aprendi que não se pode querer ser outra pessoa, a não ser voltar a ser você mesmo.
Aprendi que não posso exigir amor de alguém se eu não me esforço para amá-lo como é, apesar de seus defeitos.
Aprendi que não posso exigir que me entendam, apenas posso entender porque não me entendem. Neste caso, concerteza eu errei de algum modo, em algum ato.
Aprendi que nem todos gostam de mim, mas não naquele velho clichê de que "nem Jesus agradou a todos", mas sim porque em dado momento fui o que não quis ser, e acabei sendo eu mesma, e isso me deixa muito feliz! Por ser mais humana, assim sendo, mais divina!
Aprendi que a amizade é uma conquista, aliás, a melhor de toda e qualquer conquista que se pode ter na vida. Quando se tem um amigo conquistado, este nunca lhe falhará, e sempre lhe será fiel, independente de qualquer coisa ou de qualquer atitude tua.
Aprendi que, por mais que eu me esforce para ser uma boa pessoa, nem todos tem a mesma intenção, e podem não compreender.
Aprendi que por mais que eu me esforce para perdoar, existem pessoas que pra mim são imperdoáveis, e preciso aprender a lidar com isso.
Aprendi que de nada vale posições sociais ou de comando se você não sabe fazer o bem ocupando-as.
Aprendi que nada vale a pressa, inimiga da paciência. A pressa apressa, e o apressado come cru e desajeitado. O paciente saboreia sempre um delicioso e arrumado jantar, com direito a sobremesa.
Aprendi que nada vale mais que um sorriso espontâneo de alguém que não gosta de você, até então.
Aprendi que nem sempre estar só significa solidão, e vice-versa.
Aprendi que me encontrar comigo mesma, vivendo o que sou em verdades expostas me salvou de quem não sou.
Aprendi que não vale o que pensam de mim, mas como me sinto a respeito de tudo. Se, pensando da forma do outro eu não me condeno, ninguém há para me condenar.
Aprendi que eu posso pedir o que eu quiser, mas nem sempre me será dado, contudo certamente serei grata por não recebe-lo por toda a minha vida.
Aprendi que palavras mal ditas em tempo incerto podem fazer estragos imensos. Mais vale calar a razão do que perder pela emoção.
Aprendi, enfim, que não importa onde eu me encontre, mas sim como eu me encontro.
É advento, tempo de aprender a cultivar as sementes plantadas outrora, a fim de que elas floresçam em tempo certo e outras pessoas possam se abrigar em sua sombra..

8 de dezembro de 2008

Desconhecer a si, para se encontrar..

"É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra;Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra." Marcos 4:31,32
Não reconheço mais quem fui.
Esse ser estranho me ronda, sonda meus claros passos, me dá sustos à noite, ronda meus sonhos e os rouba em pesadelos e noites mal dormidas. Esse ser me sonda. Mas, calma, esse ser fui eu. Não me conheço mais, apenas me reconheço. Reconhecendo em mim aquilo que fui, aquilo que não quis ser, aquilo de que me arrependo de ter sido, aquilo que posso ser perante tudo isso. Meus vinhos mal apreciados, entorpecidos de mágoa do que não aconteceu, enxarcados de angústias por aquilo que poderia ter sido e não foi. Embebedei-me do que não servia, com gosto de primeira safra, das boas, dos vinhos de outrora, como hoje não existem mais. Todo esse amargor ainda constante em meus lábios me embriaga daquilo que não desejo, mas não sei como não mais desejar... Como que não pudesse viver de outro modo, com outros pensamentos e outras vontades. Rondando meus sonhos e sequestrando minhas vontades, nas intemperanças de uma vida tranquila, de caminho reto porém inerte. O tortuoso me chama atenção, sua vontade adentra minhas entranhas e encontra o sangue de minhas veias. Já não é mais o vinho velho que circula em mim, mas o vinho novo que me seguiu e protegeu até hoje. O vinho que em sangue se tranforma e mistura-se ao meu, tranformando tudo o que há dentro de mim, desbravando e vencendo todas as enfermidades encontradas ao longo do curso das águas, uma a uma.
Meus sonhos podem até ser roubados, levados por mim... Mas tenho a certeza que, apesar das tribulações, Ele estará lá comigo, a me velar, me proteger, com o cuidado de Amado, Belo e formoso como o mais lindo vôo de um passarinho... Com a certeza de que, ao amanhecer, terei um lindo dia para enaltecer seu Santo nome, apesar do que eu sou...
"Chamas por mim, ouço tua voz, que queres de mim, ó meu Senhor? Estou aqui, ao teu dispor, Servo fiel à tua vontade eu serei... Teus planos vão além do que eu possa entender, quem sou eu pra merecer tantas graças assim? Meu sim eu quero te dizer, querer o teu querer.. E assim viver, pois eu já não posso mais.. Calar a voz que grita em mim! Fiat! Faça-se, faz em mim... Quero que faças sim, Tua vontade, sim, Faz em mim! Quero que faças sim!"
Faça-se, Banda Dom.

4 de dezembro de 2008

"É que esse tal Jesus me deu a sua cruz, e eu sou feliz..."

Conheci um mundo. Mundo dos meus interesses, meus ideais. Buscava incessantemente minhas satisfações, pessoas que me ajudassem a encontrá-la, ou, simplesmente, me ajudassem a passar o tempo. Pessoas agradáveis, conforme minhas expectativas, sempre pré formuladas para cada uma delas, cada ato, cada omissão, cada não, cada perdão... Pessoas que tornassem meu dia mais fácil, ao não me aborrecer com coisas pequenas, nem com grandes. Que me deixassem em paz quando eu não estivesse legal, em especial comigo. Pessoas que não desfizessem de minhas vontades e anseios, ao contrário, satisfizessem todos eles. Pessoas que não se tornem um peso para mim com o passar do tempo. Conheci um mundo em que pessoas não poderiam ser pessoas.
Nessa minha viagem fui percebendo que fiquei só. Eu comigo mesma. Minhas perfeições sempre necessárias não me deixavam enxergar a realidade do outro, seus limites. Tinha que ser à meu modo, do meu jeito, senão não vale. Oras, eu sou a rainha da minha realidade, quem haveria de ser? Como haveria de ser? Neste mundo, a obediência à mim mesma era lei inicial, as outras vinham de acréscimo, tais como: não me aborrecer, fazer minhas vontades, à meu modo. Deste modo, tudo girava em torno da obediência a mim.
Ao longo, fui percebendo que existia algumas pessoas que estavam sobrando em minha vida, que poderiam simplesmente ser descartadas, por não servirem simplesmente para nada, por elas não acrescentarem nada à minha vida. Ao contrário, me davam muito trabalho, uma vez que tinha que ser por elas, fazer por elas, permanecer por elas, trabalhar por elas, viver por elas quando elas não sabiam acertar, como eu. Aos poucos, fui deixando esse meu lado do desamor aflorar. Desapego total e incondicional às pessoas. Aos poucos fui me tornando insensível. Aos poucos fui me afastando dos meus. Aos poucos meu lar desmoronou. Aos poucos fui me tornando infeliz. Aos poucos fui me tornando quem não sou. Aos poucos meu ser desmoronou... E, quando isso aconteceu, veio um tal Jesus e me falou de luz...
A luz eu já conhecia! Era estrela de passagem ultrapassada em minha vida, assim pensava. Nada me restaura, mas porque não tentar? Ou, porque tentar? Sozinha no mundo não dá pra ser, então...
Nova chance, vamos lá. Novo mundo, aqui vou eu.
O vôo era feio, mas logo veio paisagem nova. Era seca, ausente de água, presente de ausência, eivada de desamor, luxuosa de candura e carinho... Deus me mostrou uma nova terra, desabitada. Era meu coração, que de tão longa seca tornara-se infértil. Deus me deu os adubos, o trabalho era comigo. A água teria que buscar diariamente. Seu Espírito Santo é abundante com quem pede, contudo tenho que falar com Ele com frequência, pois ele gosta de ouvir minha voz. Vez por outra Ele mesmo se manifesta, me diz coisas inacreditáveis a respeito da vida, e de como cuidar da minha nova terra. Aos poucos, as pessoas foram chegando. Não dá pra receber ninguém em terra tão árida, as pessoas se assustam. De modo que agora, tenho horta florida, de frutos saborosos... Assim diz meu Bom Deus. Maria, medianeira está sempre a passear por aqui, adora a uva doce do norte, mas a saborosa maçã do amor ainda não foi aberta para visitação. Meu Amado disse que tenho que amadurecer seus frutos, ainda estão verdes por demais. Chegou a primavera, meu jardim está bonito de se ver! Sempre convido jardineiros novos para apreciar sua beleza, meu cantinho de apreço incomparável. Uns vem com convite, outros sem, outros são antigos moradores, que me deram nova chance e retornaram e lhes sou muito grata por tal ato!
De modo que, todo desalento e pranto tornou-se amor, toda indelicadeza trouxe a fineza de acreditar na sacralidade que vive em mim e no outro, na minha permanência na vida do outro, no transpor minhas barreiras invisíveis e acreditar no amor pessoal, particular, entre seres, como ponte unir o meu querer ao querer do outro, ao querer de Deus, singularmente.
"Havia um véu em meu coração, véu de morte e desilusão.. Até que um tal Jesus me falou de luz, me rasgou o véu... A paz que em tudo procurei, mas que nunca encontrei.. Foi bem lá dentro então, que Ele pôs a razão, desse meu viver.. Num instante percebi, eu não estava só... Era um tal Jesus a me amar!! Há um céu em meu coração, céu de paz e de mansidão.. É que esse tal Jesus me deu a sua cruz, e eu sou feliz.. Como espelho refleti a luz do meu Senhor.. Sou seu servo sim, vou amar... ...Esse tal Jesus..." Um tal Jesus, Com. Recado.

3 de dezembro de 2008

Cheio de mim, vazio do outro..

"Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado". (Lc 10,21).
Como melhor lhe aprouver, assim veja a Jesus, e à sua esposa Santa Igreja. Assim vejo meu Amado, como melhor ele se "aproveita" em minha vida.
Não se trata de aversão, não! Tampouco de "encaixe" de Deus em minha vida... Mas sim de melhor entender o Amado em meu momento vivido.
Deus é imutável. Me irrita e ao mesmo tempo me envolve de candura quando vejo pessoas questionando acerca da sacralidade dos escritos bíblicos, chegando ao ponto de dizer que a Bíblia é ultrapassada, saiu de moda. Muitas vezes me assusto com indagações como esta. Se digo que a Bíblia está caduca, digo o mesmo do meu Senhor, meu Deus. Se digo que a igreja já morreu faz tempo, digo o mesmo de meu Amado, seu esposo, criador da criatura e de nós...
Me abala e ao mesmo tempo me enche de dúvidas as perguntas que são interpeladas incessantemente sem meu domínio, intercaladas entre aflições, uniões, prisões, alucinações, perdições.. a verdade é, acho eu, que queremos desculpas para nossos próprios erros. Estamos constantemente buscando, como em peças jurídicas, fundamentos para nossos erros, e quando nos deparamos com as liberdades das verdades Divinas fugimos, pois é mais fácil viver nos devaneios das prisões humanas eivadas de mentiras consoladoras...
Buscamos consolo e amparo para tudo. Desculpas para sermos quem somos sem precisar pedir desculpas, sem precisar pedir perdão, sem precisar pedir amparo, sem precisar pedir apoio, sem precisar pedir vida. Os outros? Tem que entender meu jeito, afinal, sou do jeito que sou. Deus me ama, tenho certeza disso, não preciso mudar só para agradar. Tudo fachada...
Outro dia uma pessoa que tenho um carinho imenso me falou algo que mudou minha vida. Estávamos algumas pessoas a conversar sobre oferta, sobre o que ofertar a Nossa Senhora quando de nossa Consagração à Mãe. E as que já haviam se consagrado, uma a uma, foram contando suas experiências de consagração, de oferta. Uma pessoa me chamou a atenção. Essa pessoa não faz nada de extraordinário aos olhos dos homens. Ela não opera milagres exorbitantes, tampouco fala alto as maravilhas do Amado. Não, ao contrário. Sua fala é como sussurro, passaria facilmente despercebida em muitos momentos. Não se envaidece com elogios, ao contrário, eles a mortificam. Enfim, ela falou que a oito anos ofertou a Maria tudo o que mais gostava, pois assim Nossa Senhora a teria pedido. A oito anos ela abdicava, mortificando-se do que mais apreciava em vida para honra e glória do nome do Amado, pelas mãos amáveis de Maria... Alguns padres já a haviam falado que o domingo ela teria que se sentir livre, pois é o dia do Senhor, e, neste dia, ela não pode fazer quaisquer sacrifícios. Mesmo depois disso, ela ainda esperou algum tempo a confirmação da Mãe para, então, no domingo, descansar das abdicações diárias.
O que mais me comoveu na partilha da irmã foi a forma como ela falou, não o que ela falou. Enquanto ela falava era como se mel saísse de sua boca, em sua fala. Uma felicidade particular a envolvia, felicidade de quem entende e ama o que vive. Emanava de seus olhos amor, saltitava por suas pálpebras enquanto partilhava seu íntimo. E enquanto aquela mulher pra mim até então simplória falava, em meu coração ela ganhou novas cores, novo lugar. Era como que Maria tomasse a forma de gente e nos viesse falar do Amado. Naquele instante, meus pensamentos rumaram novo sentido sobretudo acerca do outro, do que vive no outro, das necessidades do outro, das percepções do outro... Buscaram um novo sentido para os defeitos do outro, pros sentimentos do outro, pelo que ele vive, por seus anseios, suas virtudes, por tudo, em relação a tudo. Porventura, vi que sou menor e mais pobre do que poderia em sonhos imaginar...
Naquele momento, recordei-me de um pensamento de Santa Terezinha que diz, em súmula, que não podemos obrigar as pessoas a pensar como nós, mas sim mostrar ao Meu Bom Deus como Ele pode precisar de mim...
Deste modo, tento não mais buscar respostas para as coisas do mundo, mas sim entender as virtudes do Amado para, inserida no mundo, conseguir a proeza de não querer me igualar a ele.

2 de dezembro de 2008

Eu que não sei quase nada de Deus..

Filipenses 2:5-8 "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus. Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz."
Eu que não sei quase nada de Deus. Eu que sou tão infiel. Eu que não O procuro, eu que não O escuto.
Li outro dia a seguinte frase: "Não fale de mim, fale comigo. Não fale de Deus, fale com Ele." Esse pequeno pensamento, tão simples, me arrematou grande emoção. Quantas vezes me pego a escrever sobre Deus, falar sobre Deus, levar pessoas a Deus, me ocupo tanto com meus afazeres para Ele que esqueço, por longos momentos, de conversar e saber o que Ele acha de tudo isso, da minha vida, das minhas ações, minhas emoções...
Me pego tentando fazer aquilo que Deus faria, penso Nele, mas não converso com Ele. Diante do Santíssimo me sinto constrangida, como se houvesse algo entre Nós, e limito-me a reclamações, súplicas e agradecimentos... Este final de semana tive uma experiência impressionante. Como cega, apalpei o rosto de meu amado, que se deixou aproximar. Abaixou-se e veio ao meu encontro, à minha frente a me admirar, eu em minha vergonha o apalpei a face, com lágrimas de emoção, como se o encontrasse pela primeira vez... Me deixei amar, me deixei transformar. Senti meus alicerces sendo reformados, em alguns aspectos reconstruídos, pois a construção antiga estava comprometida. Meu lar, após abertas as janelas da alma encontrava-se deteriorado pelo que sou, onde Deus me convidou gentilmente a ser amada por Ele, a me deixar transformar por Ele, onde Ele próprio seria o financiador de toda a obra, sem cobranças posteriores. Minha única participação seria acreditar. Acreditar Nele, em sua Sacralidade, ou seja, ter fé. A Mãe, atenta a todos os passos e presente em todos os momentos veio em meu auxílio, a me embalar como recém-nascido, ao saber de minhas fraquezas e perguntas, sem interpelações, a me acolher em Seus braços com muito carinho, onde eu, desprendida de vergonhas, amparada em aflições, escoimada de pudores, impreguinada de amores me deixei ser amada, amparada...
E eu, que não sei quase nada de Deus, que não sei amá-lo em verdade, deixei-me amar, para que, sendo amada, possa um dia vir a alcançar a graça de amá-lo em completude.. ou, se não, tento a façanha diária do querer mesmo sem poder, nem que seja para viver tentando...

28 de novembro de 2008

A visita.

Isaías 63:15 “… A ternura do teu coração e as tuas misericórdias se detêm para comigo!”
Alguém bateu na porta. Mandei que entrasse, não tenho o costume de perguntar quem bate. Não o olhei de pronto, pedi que se acomodasse, estava acompanhado. Pedi um pouco de tempo para que pudesse me aprontar, pois minha vida naquele momento estava concentrada na minha bagunça rotineira, sempre iguais, com tantas diferenças. Ofereci água, ou algo que de bom tivesse na geladeira, mas me falou não ter fome, somente saudades e que queria muito que eu sentasse para conversarmos. Pedi que fosse falando, pois eu estava um pouco ocupada comigo, minhas coisas que nunca tinha tempo para arrumar, e justo aquela hora havia reservado para isso. Ele começou, falou coisas muito bonitas, mas não prestei a atenção devida, para que pudesse compreender tamanho amor depositado em suas palavras. Dado momento, o silêncio imperou. Percebi muito tempo depois, foi quando o olhei. Era Jesus, acompanhado de alguns anjos e Maria. Ainda estavam lá. Pensei: "porque não foram embora? Não lhes dei a mínima atenção". Ele, de pronto, respondeu ao pensamento: "Estou aqui como sempre estive e sempre estarei. Te falo, mas tu não me escutas porque te ocupas demais contigo e com tuas exlicações sempre necessárias. Te mando flores, mas não as cuida. Te mando o sol, mas tu não o contemplas para lembrar de mim. Te criei mulher, para que olhe ao teu redor e veja minhas maravilhas como ser mulher, mas tu te ocupas demais com coisas inúteis. Mas mesmo contigo sendo tão 'avuadinha' minha filha querida, permitiu-me adentrar a tua vida, e por isso sou feliz, por ter-te perto de mim, menina dos olhos de Deus".
E então? Ele não se foi, até hoje está comigo, em meu coração. Seu espírito em mim habita, e vez por outra, quando consigo a graça, preparo meu coração por um instante para recebe-lo em corpo e sangue, o que me torna absurdamente feliz. Lhes ofereci guarida, e todos hoje moram aqui, em mim. Tento deixar os meus hospedes à vontade, para que não lhes dê vontade de ir embora, pois não sei o que seria de minha casa, meu ser se decidissem se aparta de conviver comigo...
Desde então, passo de louvor à prisão, me escondo da solidão abrindo as janelas dos meus cômodos, um a um. São faxineiros excelentes, me ajudam a entender e organizar minha bagunça. O cotidiano ficou mais leve com suas ajudas. Me levam a compreender coisas antes nunca por mim remexidas por medo do que pudesse acontecer. Não os viro mais as costas, ao contrário! Peço ajuda para concluir a limpeza. Por muitas vezes tento desistir, a limpeza superficial é sempre mais facil, mais comoda, porventura depois que adentrei a profundidade de meus defeitos, e vi a podridão de minha alma, decidi-me por não remoer mais o passado e não voltar mais atrás. Decidi segui-los em sua empreitada de limpeza, suas mãos, mesmo com agilidade e brandura, sobretudo às de Maria, leves como plumas, não permitem o mínimo de dor, contudo ela é inevitável. Por vezes, eles me permitem repouso, mas não por muito tempo, para que eu não me esqueça de que é necessário o trabalho para não tornar-me novamente, uma acomodada, agora em minha limpeza, e esqueça do que ainda tem que ser feito...
"Diante de tua presença me encontro, Senhor, Deus infinito.. o Teu olhar me acompanha e sabes quem sou.. ao enxergar Tua grandeza e minha pequenez, eu reconheço.. que minha história é nada sem o teu amor.. por isso venho Te buscar, porque eu preciso, meu Deus, em teus braços estar.. Morar em Teu coração e entregar-me a Ti, inteiramente.."

26 de novembro de 2008

Escoimar-se da perfeição.

A mentira corrói. A verdade constrói. Tudo é possível se avaliado segundo o amor, para amar.
Na mentira tudo é perfeito, tudo é único, singular, incomparável, irrepreensível. A mentira encanta aos mais belos olhares e dissipa da realidade qualquer perfeccionista sonhador.. Ninguém merece viver em uma redoma de mentiras, por ninguém ser perfeito de verdade. Não existe relação, seja amorosa, espiritual, familiar, amigável, trabalhista, por mais estável que possa parecer, que não passe por crises de instabilidade, pela propria inconsistência do ser humano, do pensar, do sentir, do crescer. O crescimento é proveniente de etapas vencidas, transpassadas pela coragem de se enfrentar nossos próprios medos, especialmente pela coragem de assumir-se imperfeito, incorreto, e longe da mais coerente explicação sobre mim, do que não sou, reafirmando ao mesmo tempo o que sou, reconhecendo-me uma pessoa limitada.
Por toda a minha vida me deparei com situações assim. Sou muito primorosa por mim mesma, exijo a perfeição de meus atos, anteriormente, a todo custo, até da infelicidade, da mentira. Mentia por compulsão, por decisão, por encantamento e estima dos meus. A mentira era tão mais bela que me ansiava mais e mais mentir, fosse para não ouvir bronca, fosse para passar por "boazinha", fosse para conseguir algo que muito queria, ou me livrar de uma situação corriqueira eivada de chatices. Mas mentia, acima de qualquer coisa, por medo de não ser aceita, como eu realmente sou. Hoje vejo o quanto eu perdi com tudo isso.
Com o tempo, você vai aprendendo que a mentira é uma das artimanhas da vaidade, do orgulho. Orgulho de ser perfeito, sem defeitos. Vaidade de ser a melhor, sempre, em toda e qualquer circunstância. Hoje, primo pelo que sou. Lutas diárias invadem meu coração, demarcando o que não me pode ser roubado, independente se o ladrão é um Tom Cruise em uma missão impossível. Minhas verdades estão resguardadas, sobretudo de mim mesma. Quanto mais exponho minha imperfeição de ser pessoa, mais me reafirmo como tal, e mais do céu me aproximo, mais de Deus me sinto assemelhar.
Acho que Jesus não tenho sido uma pessoa que procurou não errar, anulando-se. Acredito que Ele tenha querido alcançar a plenitude de seus atos em virtude da busca incessante do amor, da verdade, da esperança, do ser humano sem vaidades ou prescrições presunçosas e idealistas de ser perfeito.
Portanto, deixe de exigir a perfeição de você mesmo, dos outros, seja quem for. Pois você, mesmo compreendendo tudo isso, não consegue ser melhor, quanto mais o outro, ao qual você não pode ter a pretensão de exigir. Ninguém pode carregar sobre os ombros o encargo de ser perfeito, não deposite essa expectativa em ninguém, é por demais pesada essa carga, principalmente por não ter necessidade de ser. Queira ser humano, assim como Jesus pretendeu. Humano Ele se fez e na sumissão aos humanos, seus Pais, reconheceu como deveria viver a sua vinda à terra.
"Se alguém duvidar de ti, dizendo que não amas.. e pelos erros teus, julgar o teu viver, não desanimes não.. Deus vê teu coração.. a menor intenção de ser melhor, já é amor.. Desde um sorriso à um olhar, sim é amor.. Se à imagem e semelhança do amor, fostes criado.. Então dos teus atos o mais sincero e natural é o teu amar.."

25 de novembro de 2008

O sentido de tudo

Estive a pensar o que me leva a acreditar em Deus. O que me move a segui-lo, a crença que me faz acreditar que Ele esteve e está aqui. Crer em sua sacralidade, ter fé naquilo que Ele realizou outrora em Maria, Apóstolos, nos povos passados, e realiza em mim. Nas mudanças dos tempos, no porque de pessoas como o Luiz Carvalho fundarem comunidade, ministérios de música, ensino, para proclamar palavras escritas tão antigamente.
Me peguei com estas indagações continuamente, e quanto mais me perguntava, menos certezas eu tinha, sobretudo acerca da vida, do sentido de cada coisa que acontece comigo. Das pessoas que conheço, como conheço, porque conheço, crise existencial total. Crise que fez amadurecer, colher bons e saborosos frutos. Quanto mais me pergunto porque sigo a Deus, menos respostas eu tenho e mais certezas de que estou no caminho certo. No olhar do irmão agradecido pela ajuda em uma tarefa corriqueira, mas de tão cansado não conseguiria realiza-la sozinho. No sorriso da criança que espera pela mãe. Mãe que gostaria de voltar a ser filha, e, por pouco e valoroso tempo, "esquece" comigo a criança, limitada até o próximo choro que retorna essa mãe a realidade do presente. Nas angustias corriqueiras de minha irmã por sua festa de noivado que não ia dar certo e acabou sobrando o que mais se temia que não tivesse suficiente: comidas e bebidas ou então pela eterna reclamação por minha não aptidão para tarefas domésticas. E até pelas indignações sempre iguais de meu pai, sobre minhas obrigações como Comunidade, chegar tarde em casa na semana, ir a missa todos os dias, ao dizer "essa menina vai virar padre de tanto que vai à missa", entre outros tantos.
O que isso tem haver com religião? O que isso tem haver com Deus? Tudo. Isso é religião, é Deus presente em meus atos, em mim. No despojar-me de minhas próprias vontades, no deixar Deus fazer por mim, através de mim, descobri as maravilhas de ser cristã. Ser religioso é mais que ir a missa todo domingo, vai muito além. Tampouco ir a missa todos os dias, rezar em casa, fazer oração pessoal, rezar pelas pessoas, muito além. Já dizia o próprio Jesus, uma fé sem obras é uma fé seca, coisa assim.
O que me fascina e me faz crer mais e mais em Deus é a sua arte de fazer novas todas as coisas, que sempre parecem iguais. Ele nos tira de uma cegueira, e passamos a pensar: nossa, porque não pensei nisso antes? Quando eu faço o meu trabalho completamente, dou-me por inteira naquilo que estou empreendendo, não é por satisfação pessoal, é muito mais que isso. Sabe, andava muito desgostosa da vida, procurei refúgio em abraços apertados, sorrisos espontâneos, amigos incomparáveis, mas me faltava algo, estava vazia. Me enchi de mim, onde não chegava a um mililitro do que Deus me preenche agora. Mesmo cheia, estava vazia.
Por isso, mesmo sem entender, sigo a Deus. Me ponho no lugar que meu coração manda, sempre com muito bom senso e discernimento, buscando o sentido do "ser", "dever ser" e "estar". A religião escolhida nada mais é que a que faz mais sentido para mim como pessoa. Meu ser Deus não tem medida, tampouco consciência de demarcação, apenas meus limites próprios de ser humana, de compreensão, entendimento, fé, contudo procuro sempre estar atenta aos sinais do Sagrado, daquilo que em mim desperta a mansidão, a misericórdia, a compreensão, o amor, pois é isso que vale a pena na vida. Se só tenho uma, tento vive-la de forma que me traga paz e sensação de "dever ser" cumprido em seu ápice, não para sentir alívio de tarefas impostas. Nunca aceitei essa coisa de fazer por fazer para deixar cumprido. Sempre dei o melhor de mim, e é assim que desde antes da compreensão escolhi viver e não me arrependo.
Nisto tudo, cheguei a conclusão de que ninguém sabe ao certo aonde vai, para aonde vai, se vai dar certo, se está certo, por completude. O completo é impossível, hoje, ao saber humano. Portanto, se ninguém sabe, existe alguém para duvidar de mim? Acho que não.
"Minha vida é toda Tua.. os meus planos, os meus sonhos.. de nada vale o existir.. se não for pra te ofertar.. em cada passo descobrir, que o tempo esconde o que é eterno, QUE TU ÉS O SENTIDO, Ó MEU SENHOR.. DE TUDO!"

24 de novembro de 2008

Tolerância..

Deus me chama incessantemente a vencer etapas.
Ultrapassar barreiras, vencer a mim mesma, meus medos, meus fantasmas.
A cada dia um novo desafio de ser gente, de subir degraus na escada da humanidade.
Me sinto chamada a ultrapassar limites internos, invisíveis, meus medos de apreço incomparável.
Tenho por eles enorme carinho, lhes alimento de forma saudavel todos os dias de minha vida, ao fugir de situações eivadas de estima e embaraço.
Fujo do que mais quero, como se o querer me arruinasse ao inves de me reconstruir, me reafirmar.
Tenho medo e como criança assustada que treme no escuro, corro para a barra das calças de meu Pai amoroso, e lhe peço abrigo...
Finjo não ser comigo, finjo não ser eu a necessitar de tamanho apreço, carinho. Por isso, o presente do agora esquento no freezer do meu coração, para tomar a forma de gelo apimentado, com gosto de solidão...
Só sei que hoje sou livre.. de tudo, em especial das amarras que me prendiam as minhas vergonhas, disso tenho certeza.. As incertezas me levam a crer a cada dia que quanto mais em Deus eu me abandonar, mais tudo me virá de acréscimo, onde o menos vale mais: menos certezas, mais amor!
Usarei e abusarei da regra três, e, quando a todos eu decepcionar, mais feliz ainda estarei comigo e com Deus, sem expectativas, eivada de erros, encantada de acertos, recheada de amor... por mim mesma, pelo que sou, com todas as minhas qualidades e defeitos em completude.. Não pela projeção do que sou, mas pela realidade de minhas consequências, da exposição do meu coração...
Salmos 36:7 Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade! Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas.

Borboleando 2

Como Borboleta, assim eu quero ser... / Como folha seca, em Teu vento permanecer... / Assim como a água, ao rio se entrega... /Assim eu quero ser, perante à você... / Que minhas verdades sejam mais e mais o Teu querer... / Que a minha vida seja para à Ti enaltecer... / Que os meus passos sejam para aos Teus alcançar... / E sob o Teu olhar, Senhor, seja o meu lugar... / Como as rosas que enfeitam os jardins, e nada dizem apenas são... / Para a vida eu quero ser semente, sombra extena de amor, alcançada na graça do Amor.. / E como Borboleta renascer, no casulo do Teu coração... / Renascer em meu amado, meu querido ressuscitado! / Que minhas verdades sejam mais e mais o Teu querer.. / Que a minha vida seja para à Ti enaltecer.. / Que os meus passos sejam para aos Teus alcançar.. / E sob o Teu olhar, Senhor, seja o meu lugar../ À voar quero estar, nos Teus ventos Senhor../ E só em Ti me abandonar..

Cristo vive em mim

Desvenda-me, Senhor Jesus.. /Eu que não enxergo um palmo à frente de mim.. / Eu que sou tão fraco na fé.. / Eu que não creio em Ti em verdade.. / Perdoa-me, Senhor Jesus.. / Eu que preciso de verdades para curar minhas mentiras.. / Eu que preciso de milagres para acreditar em Tua vida.. / Eu que precisei de Tua Cruz para alcançar a ressurreição.. / Mostra-me, Senhor Jesus.. / Aquilo que eu ainda não acredito.. / Para que eu fui nascido.. / Àquele para a quem eu voltarei.. / Tua vida foi somente por minha vida.. / Teu querer foi simplesmente o meu renascer.. / À Ti que viveu somente para enaltecer ao Pai.. / Dá-me a coragem de Ti seguir.. / Dá-me a graça de me consumir.. em Teu altar, Senhor. / Abre-me os olhos para que eu possa te ver.. / Filho do homem, descido dos Céus.. / Eu que não sei rezar, eu que não sei pedir.. / À Ti que a mim se entrega.. Em Ti que a mim procura.. / À Ti.. pois não sou eu quem vivo, mas Tu quem vives em mim.. “Portanto, eu me glorio em Cristo Jesus em meu serviço a Deus” (Rm 15:17).

20 de novembro de 2008

Tesouro

Te amar, minha riqueza e poder.. / Como não te procurar, não te buscar.. / Como hei de falar? Tu há de me mostrar.. Só Tu é esperança, é vontade de acertar / Eu me pergunto como hei de dividir.. as graças..? / Minha herança não é mais, és Tu quem as reparte.. / De que adianta celeiros cheios? / De que adianta um coração cheio de graças guardadas somente para mim? / À Ti entrego a minha vida, minha força e esperanças.. / À Ti entrego meu louvor, meu fervor.. / Em Ti todo o meu encanto aflorou.. / À Ti entrego todas minhas fraquezas, fortalezas.. / Que em Teu sal ganharam novo sabor.. / Em Ti meu sentido, consagro a minha juventude.. / Em Ti.. me entrego incondicionalmente em Tuas mãos.. / Não há ninguém que possa se valer desse poder.. / De me reter.. De me acolher.. / Em Ti, teu coração que ao meu envolveu.. / Onde encontrei as verdades que a vida me negou.. / Em Ti me senti amada como ninguem jamais me amou.. / Como não te corresponder? / De que adianta um coração cheio de graças guardadas somente para mim? / À Ti entrego a minha vida, minha força e esperanças.. / À Ti entrego meu louvor, meu fervor.. / À Ti todas as minhas fraquezas, virtudes, fortalezas.. / Em ti consagro a minha juventude.. / À Ti entrego a minha vida, minhas graças e esperanças.. / À Ti entrego meu louvor, meu fervor.. / Em Ti todo o meu encanto aflorou.. / À Ti entrego todas minhas fraquezas, fortalezas.. / Que em Teu sal ganharam novo sabor../ Em Ti meu sentido, consagro a minha juventude.. / Lucas 12. "34: Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração."

17 de novembro de 2008

Felicidade, coisa que se ganha em se perder

Estou feliz. Felicidade que não se entende, mas que transpassa. Felicidade que busca e alcança. Nada e sai da praia. Essa felicidade não tem medida, tampouco tem possibilidade de demarcação, deixo não! Felicidade gerada pelo pouco, que em mim se fez muito, que em Deus se fez muito mais e no outro faz diferença. Me pego aos sorrisos em conversas frutíferas de amor e misericórdia. Me pego aos prantos em conversas de sabedoria e dor. Pranto meu aos risos de Cristo, que vê uma filha que quer aprender, não somente o erro que acabara de cometer. Erro. Quanto mais erro mais humana me sinto. Meu ser me invade, minhas virtudes se deixam mostrar, meus defeitos se esvaem, e esqueço deles, por grandes e prazerosos momentos. Quanto menos defeitos em mim eu enxergar, quanto mais defeitos eu terei. O defeito só existe quando insistimos em nos esconder em nossas virtudes, e deixamos de abraçá-los e lhes dar a devida atenção e zelo, não executando com perfeição, tampouco tratando de esconde-los, mas aprimorando a forma de melhor conviver com eles, sem deixar-se por ele dominar. Não posso ser escrava de mim, não posso me deixar levar por mim, não. Sou dona de mim e de minhas consequências, aquilo que sai de mim é ato meu, minha escolha de ser e dever ser. Caminho seguro de Deus, decisão minha. Porta aberta do Céu, só eu tenho a chave para abrir ou fechar. Sabedoria divina, decisão minha. Dom Divino, virtude minha, é de mim que se esvai a decisão, ou ela em mim se acha em se perder.
Imagem: Nossa Senhora do Sorriso

12 de novembro de 2008

O olhar

Mateus 25:13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.
O olhar.
Fato corriqueiro e eivado de vícios.
Olhamos e não prestamos atenção. Olhamos por olhar, olhamos sem amar, simplesmente olhamos.
Olhares apressados que nada buscam, nada suportam, em tudo se agoniam, em nada se apresentam, em tudo se apressam, em nada se apegam.
Olhares que não vão ao encontro da imagem encontrada.
Olhar o outro. O familiar. O amigo. O pai. A mãe. O irmão.
Hoje me comoveu um fato. Olhei para uma pessoa querida de convivência diária, mas não simplesmente a olhei, prestei atenção.
Fui na profundidade de sua fala, de seus dizeres, suas angústias e anseios e notei o que ontem não havia: uma boca torta. Me assustou, pois a tenho um enorme carinho e aconselhei acompanhamento médico. Provavelmente, uma paralisia facial.
Toda essa história para que nós passamos olhar melhor tudo, todos. Se eu não a tivesse estudado com afinco e amor todos esses outros dias que a vejo e conversamos, jamais haveria de ter notado tão pequeno detalhe em sua fala, que poderia custar-lhe um AVC. Assim é em nossas vidas. Se não noto meu Pai em seu falar, uma angustia espremida e tento ajuda-lo, aquilo se tornará um problema maior no futuro, consequentemente meu também, entramos em um "colapso relacional".
Estudemos tudo, todos. Em tudo demos o melhor de nós. No paisagem que vem da janela. Na música que escutamos dirigindo. No trabalho realizado, dia após dia. Na sobremesa feita no final de semana. No filho que chegou mais cedo do colégio. Na irmã que chegou em casa com dinheiro imprevisto. E até no almoço que fui comprar no domingo. Em tudo, demos toda a nossa atenção, e todo o nosso suor e coração.
Se aprendermos a prestar atenção em nossa vida, veremos que somos sopro de Deus, e que nada acontece por acaso, tudo é consequência de cuidado meu por mim mesmo, e de Deus a mexer seus "pauzinhos" lá em cima. Nossa Senhora? É culpada de tudo, afinal, ela que trouxe o menino Jesus. Auxilia, dá força e acalma a gente como eu, que presta atenção nas pequenas coisas, para que as grandes não aconteçam.
Olhai como vigias sempre alertas, aqueles que se perderam no tempo e não tem tempo para si, tampouco para outrem...
"Quero parecer-me contigo.. Nos mais simples gestos, revelar-te.. Por isso corrija-me, modela-me, faz dessa pedra um retrato Teu.."

11 de novembro de 2008

Tudo é vaidade..

Orgulho, pai da vaidade. Distinção, mãe da incoerência.
O orgulho, quando trabalhado com afinco, consegue alcançar resultados satisfatórios de isolamento e solidão. A depressão mormente provém de orgulhos isolados que foram aprimorados ao longo do tempo, transformando situações de possível superação em agonias de estimação, de irritável apreço.
Nem toda palavra profanada para mim deve ser processada e assimilada como tal. Não dá para analisar o momento isoladamente. São só dois lados da mesma moeda. Há, isso sim, uma pessoa do outro lado, que precisa de ajuda, tanto quanto eu. Acontece que eu estou tão ocupado e preocupado comigo mesmo que esqueço que à minha frente existe uma pessoa como eu, com preocupações próprias e dores suas. Não dá para querer que o mundo todo seja como quero, seria infantil demais pensar assim. Mas também precisamos entender que o mundo não pára para que possamos entender tudo isso. Se deixarmos ele (mundo) nos atropela sem chamar socorro, nos deixa no chão mesmo. Acabamos, com isso, a fazer o que o mundo deseja, nos encher-nos de todas as suas angústias e sofrermos junto com ele a roda-viva de uma vida desenfreada, buscando em mim aquilo que preciso, e o outro se vire para achar o seu. Um pouquinho do meu? Não senhor, te vira. Demorei demais tentando achar.
E nessa ida e vinda de descobrir ser o que se é, dentro de mim mesmo, me decepciono mais e mais comigo, me isolo cada vez mais, busco ainda mais aquilo que em mim nunca poderei encontrar. Ai, o orgulho, pai de tudo isso, vai nos matando, nos anulando, pouco a pouco. Brigamos cada vez mais, porque o tal do orgulho nos diz: você pode ser sozinho, você não precisa de ninguém para fazer nada, você é independente de tudo e todos. Você se distingui dos demais, até dos seus, de sua descendência. Erra, mas não assume. Encosta na solidão, se abraça com ela, com ela faz juras de amor eterno, pois "sozinho sou feliz", não preciso de ninguém, sou bem sucedido, de vida estável e coração solitário que não precisa de ajuda.
De repente, você vê um casal, é um desses casamentos que deu certo sabe, que as pessoas são felizes, que não se separou apesar das divergências, de a mulher sempre reclamar dos mesmos erros do namorado (agora marido) e vice-versa, que os filhos são bem criados, é, um amigo muito querido que levou uma vida um pouco diferente da sua. É, vocês até brigaram uma vez e deixaram de se falar, por orgulho. Neste momento, sente um vazio, que não é fome. Sente falta da sua família, seu pai que mora com você e ao mesmo tempo é distante. Sua irmã, que divide o quarto e não é sua cúmplice. Seu irmão que não fala com você. Sua mãe que vive lhe torrando a paciência com erros que são próprios dela. Seus demais familiares, que dividem sua vida contigo e você não divide a sua com eles. Seus amigos, que são seus amigos mas você não é amigo deles, só de conveniência, isso tudo porque você não ultrapassou a barreira do orgulho. O orgulho de se mostrar como se é. O orgulho que não deixa você errar e admitir que errou. O orgulho que diz: você é perfeito, você não precisa pedir perdão.
E, nesse caminhar, você acabou esquecendo lá atrás a beleza do ser humano. O humano que erra e ri. O humano que ama e é amado, mesmo sendo imperfeito. O humano que chora, sente dor. O humano que tem dor de barriga e debocha de si mesmo. O humano que admira um lindo por-do-sol e acha aquilo fantástico. O humano que admira a Deus, mesmo o mundo inteiro incorrendo ao grande deus orgulho, vaidade, de não depender de "alguém" que é onipresente e não "se mostra" na televisão. O humano que não se deixa abalar por afirmações do que não é, pois sabe do que é feito, para que foi feito, e como deve proceder mediante as situações, mesmo não sabendo de nada disso.
Enfim, isso tudo me passou pela mente e me fez refletir que o outro é sempre melhor que eu, pois, mesmo entendendo tudo isso, eu não consigo ser melhor do que sou. Outrossim, também me faz compreender que se o mundo não pára pra me ajudar a assimilar o que agora não entendo, eu tenho que zelar por mim mesma, parando, respirando fundo, analisando com calma, e prosseguindo, na valsa silenciosa das demoras, retardando o acontecimento, assimilando a quietude, vivendo.
"Enquanto o tempo acelera e pede pressa.. eu me recuso, faço hora, vou na valsa.. a vida é tão rara!"

6 de novembro de 2008

Foi num Santo lugar..

Parecia mais um dia comum. Não banal, comum. Trabalho, correria, tribulações, atribuições. Acho até que consegui ultrapassar o limite de velocidade e ganhar uma multa, vejamos depois. Cotidiano de quarta-feira. Tudo influi para não ir ao grupo de oração e culpar Deus pelos meus defeitos, meus descuidos. Quando chego, deparo-me com minha pastora furiosa com o ministro que saiu em missão sem avisar, preocupada com o momento suscitado em seu coração para acorrer naquele dia, impreterivelmente. Após alguns contratempos próprios de sua caminhada à frente da coordenação de algumas pessoas sedentas e fiéis, houve enfim o que todos não esperavam: Adoração ao Santíssimo Sacramento.
Confesso, antes eu ia a adoração pelo que me diziam do Senhor, mas não me movia mais o que sentia junto ao Senhor, fico meio sem jeito, não sei o que falar, como me portar, e, principalmente, por sempre que tem essas Adorações "surpresa" eu estou com roupa não muito confortável, enfim, tudo influi para a descentralização do que deve ser o centro, o momento Eu e Deus.
Porque digo "antes eu ia?" Pelo simples fato de Jesus fazer novas todas as coisas, nas mais simples tarefas, nos mais simplórios olhares, que enxergam além da razão. Sou muito centrada em toda a minha vida, em minhas razões, em meus porquês, explicações. Enfim, aquele dia até então comum transfigurou minha fé. Um olhar amoroso de Pai, um ditar de tarefas ao pé do ouvido, o chamado insistente ao serviço à seus pés, tudo isso influiu para o incansável render-se às honras de ser filha amada, serva querida. E, todas essas graças vieram através de dois tão corriqueiros e não usados fatores: parar para ouvir.
Em meus atropelos pelo serviço, pela busca incessante de saber, pela tão famosa falta de tempo, acabo por falar falar falar e não deixar Deus falar comigo. No simples fato de parar, me acorreu que Deus me fala através de muitas coisas, pessoas, atos. Me afligia também pensar que o Céu seja uma promessa escatológica, distante, onde os milagres se escondiam no passado bíblico, e só existiam no livro da vida. Deus veio me mostrar que o Céu é aqui, agora. A nossa sensibilidade é que nos fará encontra-lo em serenidades e coerencias de uma vida cristã digna e pecadora. Uma mescla de condenação e salvação. Condenação minha, redenção Divina. O abandonar-se como Cristo, sob a luz dos raios do Espírito Santo de Deus que vem de dentro para fora e transfigura a cruz em misericórdia.
Não sei você, mas eu quando tenho uma dor muito forte e ela chega ao seu ápice, fico dormente, como se fosse um momento de dor sem dor. Creio que, nesse momento do sofrimento, onde nos encontramos no pico mais alto do sofrer com causa ou sem, Cristo nos encontra em sua cruz e faz-nos lembrar da ressurreição. Que é preciso deixar-se humilhar, sacrificar, morrer, para então renascer em Deus. Deixar-se levar, para então retornar. Acredito que Maria, Mãe de Deus tenha sido a pessoa que tenha aprendido com maior significado a transformação de sofrimento em Luz, que mais tenha acreditado nos milagres e promessas do Pai, com seu "Sim" à Deus vistas à anunciação do anjo. Abandonada em Deus, desacreditada pelos homens.
Acredito que Jesus não tenha vindo a terra porque estava todo mundo bem, tudo muito bom. Ao contrário, éramos cegos guiando cegos, e Maria acreditava nisso sem saber, ou sabendo, não sei. Mas Jesus não concordou com tudo o que lhe impunham, sua medida de crença era o espírito de Deus que o fazia um só com ele. Por isso, de ontem em diante, hoje vou crer no espírito que habita em mim, policiando minhas consequências, questionando minhas demoras, sofrendo os meus pecados, pedindo minha redenção, a quem, somente quem pode dar-me, encontrando-me onde para mim faz sentido, aos pés do meu irmão, cabeça erguida ao Ostensório, corpo e sangue da redenção, com ouvidos atentos, olhos fechados, braços abertos, na melodia cantada ao pé do ouvido.
"Tua mão desceu sobre mim.. e me retirou da escuridão.. deu-me mãos e voz de profeta.. deu-me um coração adorador.."

3 de novembro de 2008

No espaço do tempo pra perder tempo.

Dar tempo ao tempo pra quem não tem tempo a perder.
Quando a situação é calamitosa, de caráter emergencial, de solução insolucionável, o melhor é dar tempo ao tempo, mesmo que tempo não se tenha.
Por conseguinte, penso eu o inverso. Nunca se perde tempo tentando resolver algo que se pensa que não se é solucionável. Quando estamos no meio da balburdia, difícil é se achar soluções, onde, o melhor é mesmo esperar na espera, aguardar a demora passar.
Se pensa que tempo não se tem, e se quer, a duras penas, resolver o problema imparcialmente, quando a parcialidade do querer saltita da pupila dos olhos, e a cegueira da busca da razão se dissipa pelo vento da discórdia, moderadora fiel da injustiça e da dor.
Afinal, o que é a vida? Qual o sentido da existência? Quem souber, por favor, edita um livro de regras gerais de "Como se viver sem perder tempo", igual Bill Gates inventou o Windows, que ai saberíamos qual a razão de não se ter razão, mesmo já o sabendo sem saber.
Ponderando no absurdo, obscuro dia escuro, o raiar do dia se aproxima, mas a luz é clarividente por demais, ninguém quer saber quem se é, principalmente se errado estiver.
O melhor mesmo é buscar a paz, perdendo, perdoando, ganhando, no jogo que não é jogo, é vida! Família, amizade, convivência vale mais que mil palavras mal ditas, em tempo que não se tem tempo.
"Deus vos Salve relógio, que andando atrasado.. serviu de sinal, ao verbo encarnado.."

31 de outubro de 2008

* Sigo a Luz *

Rasgar tradições infrutíferas. A isso Deus nos chama. Viver o que não traz benefícios efetivamente, como seguimento de regras que em nada acrescentam em minha vida, nem na vida do outro, não tem sentido algum. Seguir por seguir, quando o nosso coração nos chama ao oposto.
A fé é uma quebra de paradigmas. Em especial, é fundamentalmente embasada em consertos de erros pelo artesão maior, que foi Jesus, quando nós seguíamos ensinamentos cegos, opostos ao ser humano e por ele mesmo impostos.
Jesus curou em um sábado, fez renascer uma mulher encurvada. Ensinou-nos que todo dia é dia de seguir a Luz, proclamar a vida e lutar por ela, livrando-nos das hipocrisias do cumprimento de regras inférteis.
A vida tem que fazer sentido. Só sentindo o sentido da vida é que conseguimos rumar em direção ao que nos faz feliz, ao que realmente importa, ao que vale a pena se sacrificar, até a última gota de suor, de sangue. Jesus só deixou-se viver pelo destino da cruz porque acreditava no Pai, e sabia que aquela passagem trazia sentido ao que Ele havia vivido em toda a sua vida. Se Jesus não houvesse buscado no ventre de Maria, nas Bodas de Caná, no olhar de Maria Madalena, na discórdia da cura em um sábado o sentido de sua vinda à terra como efetivamente parte dos milagres cotidianos da salvação, o mistério da Trindade Santa não seria difundido e seríamos ainda mais cegos guiando cegos. Ora, se com todos os sacrifícios, em nossas falhas insistimos em ritos estéreis, quanto mais sem Jesus.
Sigo a Luz. Ao que não tem forma. Ao que não tem sentido e traz sentido. Ao que me mostra milagres diários sem imposições e me diz 'Filha, obediência é uma coisa. Acomodação é outra, não sedes acomodada às tuas seguranças, pois tua segurança há de ser Aquele que tu anuncia.' Lembre-se: se não tivéssemos a coragem de ir além do 'Pai Nosso' não teríamos igreja.

Lucas 6,12-19 "A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos. " Procure tocar Jesus, todos os dias. Quebre paradigmas.

Foto: Pintura de São Francisco de Assis.

30 de outubro de 2008

Deixe Deus fazer por você

Deixar Deus fazer. Esse tem sido meu exercício diário ultimamente. Se é que posso chamar de exercício. Aceitar as situações, interpretar os significados, argumentar sobre os redemoinhos, batalhar contra os dragões, admirar as flores, voar com as borboletas, enfim, incorporar as demoras como algo bom, tempo de aprendizado, acreditando, veementemente, que Deus faz bem melhor do que eu, muita coisa, aliás, tudo. Eu me atrapalho toda quando quero agir como Deus. Ele não, vem de mansinho, sem alarde. Traz flores, manda bombons, cobre minha conta bancária naquele dia de desespero, depois deixar voltar alguns cheques para que eu aprenda que providência é providência e descontrole é descontrole. É, ele vive 'tirando sarro' de mim. E eu? Sorrio, após o entendimento, aceitando as demoras. Vivendo as inquietudes de meu coração. Seguindo a luz. Em muitos momentos, em nossas conversas descontraídas, pergunto a Deus o porque de muitas coisas não acontecerem em minha vida logo, o cumprimento das promessas. Pego Ele sempre de surpresa, pois assim acho mais legal. Quando escuto aquela música que me faz lembrar dado momento, me vem a mente e indago, coisas do tipo: 'Meu Senhor, porque não me concedeu a graça de ser duas ao invés de uma só? Olha, mas tinha que ser igualzinha, cópia original, senão não vale!'.. Ele, desavisado, dá aquela risada gostosa, como só Ele sabe oferecer a um amigo, e diz: 'minha filha, calma.. até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados'. Ai sorrio, aceitando as demoras Daquele que sabe o que faz, melhor do que eu.

28 de outubro de 2008

Infantilidades de uma vida adulta..

A criança pequena nada deseja por seu dia, a não ser que ninguém incomode suas brincadeiras, seus desafios cotidianos, e quer esgotar suas cotas diárias de adrenalina. A criança chora ao primeiro sinal de dor, e logo vem um adulto protegê-la, seu pai, sua mãe, com uma solução que parece magia, mas não passa dos dons de alguém que sabe amenizar as dores humanas e, sendo uma pequena parte de Deus, aprendeu curar doenças. Me sinto uma criança que lança seus brinquedos ao chão, quando olha algo bem melhor que se apromixa, e tudo deixa para trás e quer apenas cuidar da coisa amada e desejada. Assim, minha alma respira. Uma alma infantil. Uma alma que nada deseja, a não ser a paz, a tranquilidade, eivada dos barulhos exalados por uma multidão que ainda não aprendeu, tal como eu, também partícipe dessa pluralidade de pessoas. Conversar com Deus me é algo que faço com prazer, ao mesmo tempo em que me é custoso, pois, não sei pedir como as outras pessoas. As olho e acho lindo, mas para mim tudo é bem mais simplório, do que as complicações desta vida. Meu olhar alcança algo diferente do que a maioria aponta, e, por vezes, não consigo me nortear nos "parâmetros" construidos outrora, o que me inquieta o coração infantil e me faz entrar em prantos. Meu Deus vem ao meu encontro e me sinto constrangida. De onde vem esse constrangimento? A coisa certa ando fazendo, o errado me toma de empréstimo, cobrando favores passados impossíveis de ser desviados a atenção. Sou moça prendada, de palavra só, não dá pra fugir dessas interpelações da vida. Já com a Mãe é outra história. Mãe sempre entende melhor a gente, com ela tenho vivido e convivido. Acompanha todas as minhas angústias e alegrias. Com ela acordo e vou ao leito, orando para que consiga solicitar ao Pai somente as dores e alegrias cotidianas que me cabem, fazendo com ele alianças diárias, rompendo com o que eu posso, dando um passo atrás do outro. É instigante a vida, vivida de forma desenfreada. Quando você para e olha ao redor vê que tudo é igual sempre e que a vida não muda, você que passa a olhar diferente para ela. E, quanto mais adulto você for, mais criança você desejará ser.
Tento, por muito, entender a vida, a história da criação, os "porquês" de estarmos aqui, na condição que nos encontramos. E, em cada momento em que me faço perguntas, tais como: "O que é o homem?" "Porque Deus se importa?" "Porque tenho sentimentos?" "Será que estou vivo?", entendo que olhar pro céu me dá a sensação de cuidado, de ser amada, de compreensão. Compreendo, porquanto, que se não sei o que procuro, mais ainda quando soube explicar tudo, era quando menos eu sabia. Marcos 10:15 "Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele."

27 de outubro de 2008

Semelhança

Do pó fui criada. Ao pó voltarei. Meu mundo de emprestimo tomei. Na estrada errada muito tempo vaguei. Dúvidas pelo caminho acumulei. Pagar Jesus uma vez tentei. Foi quando à Maria encontrei, que me disse: Filha, não é bem assim...
Minha Mãe onde eu estava, quando me procuravas e em teus braços me afagava? Mãe, te peço perdão pelas vezes em que magoei o teu coração.. Mãe, vem me amar, me abraçar, me embalar.. Neste encontro de desencontros, dos corações, de tantas canções.. À Ti me entreguei, me consagrei, e confiei meu amor, o meu querer, o meu prazer, e meu viver.. Em teu manto sagrado quero me proteger.. E a Teu Filho sei que por mim, vai interceder..

Esse tal Jesus...

Lucas 17,6 "Disse o Senhor 'Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoeira: arranca-te e transplanta-te no mar' e ela vos obedecerá".
Já quis ser igual, normal a tudo a e a todos. Já aceitei, já quis que me aceitassem e, para isso, fui o que não sou.
Já tive fé pela metade. Desenganos me enganavam.
E de engano em tormento, para tanto tornei-me outra que não eu.
Escurracei-me de mim. Meu ser mandou-me embora.
A vagar pelo mundo encontrei-me.
Excomungada e desesperançosa. Deserdada de minhas consequências.
E na inconsequência almejei voltar ao pó.
Foi quando um tal jesus me encontrou.
Olhou-me com um olhar de Pai.
E dentro desse olhar acreditei que eu para mim poderia voltar.
E amar retornei a acreditar. E no amor voltei a amar.
Foi ai que uma tal Maria, como filha ao colo me afagou.
E meu amargurado coração em ternura tornou-se brando.
E em candura e doçura minha alma se desfez.
Onde ao Pai me aponta a todos os instantes.
E nessa ciranda de discórdias, me senti amada, protegida, e porquanto, minha vida desanda em pranto, meu coração em semente se refaz. Como grão de mostarda que planta bela se transforma, quão belo é o cuidado de Jesus, e quão formoso é o zelo de Maria, minha guia, por minha pobre alma, rica em fé e esperança, nas concórdias e promessas do Pai.

24 de outubro de 2008

"Até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados."

Quão bom seria não sofrer.. Mas, será mesmo?
Aceitar as demoras, viver as paciências, apreciar as inquietudes, viver as misérias em seu ápice mais profundo...
Uma palavra Divina tem se encontrado comigo em muitos momentos meus ultimamente. Aliás, por Ele proferida a muitos dos que me rodeiam, e me fez refletir.
Mateus, ao escrever que "até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados", sabia o que exortava.
Nada em nossa vida acontece por acaso.
Não, não acredito em destino, sou crente em Deus, é Nele em quem ponho minha confiança e o caminhar de minha vida. Sem Ele, nada seria, eu não seria, não existiria. A Fé me invade como um vírus, um câncer que não tem cura, onde aceito os subterfúgios de uma vida falha, porém cristã. Não me vejo mais como uma pecadora indigna de ser chamada filha de Deus Pai, mas como a menina dos olhos de seu Pai cauteloso, que nos deixa ser livres para aprendermos que seu amor é maior que tudo, e vai muito além de minha vã capacidade e compreensão.
Quando me deparo, como agora, em situações que pessoas que amo e admiro passam por problemas que minha simples humanidade não pode ajudar, rezo. Peço a Deus, por seu espírito que em mim habita a força e as palavras necessárias para este meu amigo, que de alguma forma quero amenizar a dor sofrida.
A palavra que meu coração exala este momento é: viva. Viver o sofrimento em todo o seu ardor. Deixar-se queimar na chama da angústia. Chorar as demoras, permear no terreno divino as sementes do que amanhã será conforto, solução, divindade, e, porque não dizer, experiência de fé.
Deus sabe, Deus vê, Deus conforta, Deus ama.

22 de outubro de 2008

Cada um é cada um.

Cada um tem seu lugar. Cada um tem seu espaço. Cada um é cada um.
Não sendo outro, não sendo o que não sou, não buscando o que não consigo, não esperando que um dia eu vá poder.
Deus só nos pede aquilo que Ele já nos deu, nos capacitou.
Precisamos achar o nosso espaço, único. Todos temos, contudo nos desvirtuamos buscando no seguimento dos passos de alguém. Por achar que uma pessoa virtuosa deve estar no caminho certo, ouço ele, vejo ele, sinto ele, amo ele, mas não sigo por ele.
É sempre mais fácil seguir caminhos ao invés de desbravá-los. A mata virgem é mais arisca, machuca mais, traz mais medo do que as seguranças de uma trilha já desbravada. Nessas trilhas seguidas, acabamos por apenas molhar os pés na margem, esquecendo que o banho na cachoeira da graça é muito mais confortante e adorável.
Jesus, em sua vinda a terra, ensinou-nos a rezar o Pai-Nosso, mas não parou nele. Desbravou caminhos, alcançou altitudes, permeou virtudes, inquietou corações adormecidos, e estes tiveram a parresia de segui-lo, para que possamos, hoje, saber que Deus está vivo, ressuscitou, e mora em cada um de nós.
Se os apóstolos tivessem parado no Pai-Nosso, não teríamos igreja. Se Pedro não a tivesse edificado conforme os ensinamentos de Jesus, não teríamos igreja. Se eu não me decidir por Deus, hoje, não teremos igreja. Do plural, se fazer singular, a isso Deus nos chama. Nas pequenas coisas Deus chama às grandes graças. 'Um longo caminho só é concluso após o primeiro passo'.
Cada um tem um chamado. Deus nos fala, sempre. Nós é que não o escutamos, ou fingimos não escutar. Cabe a cada um realizar a vontade de Deus na sua vida. Somos canal de graças. Eu sou.

Graças, Pai!

Eu não sei onde estou, eu não sei porque estou.
Eu não sei para onde vou, eu não sei guiar-me.
Eu não sei o que sinto, eu não sei porque vivo.
Eu não sei porque não sei, não sei se estarei.
Eu não sei porque me pergunto porque não sei, mas sei que minhas incertezas me trazem uma felicidade imensa, mas não sei porque estou feliz.
O incerto nunca foi tão bom. Não saber nunca foi tão confortante. Não ser dona das razões e emoções nunca me foi tão doce.
Lançar-me em novos caminhos. Alcançar novas distancias. Almejar novos horizontes. Cumprir novas sinas. Realizar novas promessas. Saber para onde ir, mas não mais que por um instante.
Tudo novo, tudo diferente, tudo incerto, tudo certo.
Um novo mundo, um novo saber, um novo modo, um novo ser, um novo eu.
Deixar-se lançar nas horas de Deus, nas demoras do Altíssimo, nas cruzes de Jesus, nas ressureições do Filho, para alçancar as graças do Pai.
Aos pés da cruz, ao lado da Virgem.

20 de outubro de 2008

Máscaras

O baile acabou, mas ela ainda está dançando. O silêncio penetrou, mas ela nem ligou. Ao se ver só em meio ao que antes era aconchego, a moça titubeou, pediu ajuda. A máscara caiu, o baile já não existia mais, a maquiagem já havia borrado. Restaram lembranças tristes somente, mas ela estava feliz. Por ser ela mesma, livre de representações. Sendo ela, não outra. Sendo singular, não mais plural. Em meio à luz, a escuridão ficou para trás. Cheia de incertezas, as seguranças esvaíram-se. O porto que era seguro se foi...

12 de outubro de 2008

Sinto, logo escrevo.

Palavreando vou pela longa jornada da vida. Externando meu ser, eternizo meu viver, como se as palavras que se esvaem de minha convivência comigo possuíssem o poder de me definir, me reafirmar e lavrar minha escritura. Os sentimentos ganham forma, cores. Os tons são buscados pela essência das almas que se encontram, enlaçando o momento que se almeja eternizado, a fim de fazer referência àquilo que já não é, mas que não se quer perecido e deseja-se enraizado. Amando, permeando sentimentos em outrem, sem demarcação vivo o que não tem forma, sentindo o definido, indefinido sentimento definido, que não tem sentido se definido, somente se sentido. É como Deus. Uma vez sentido, indescritivel belo encontro indefinível, pois se definível cai-se na tola descrição do sentimento indefinido, que não tem sentido se definido, somente se sentido. Sem sentido do raiar ao pôr-do-sol indiscrição sobre a descrição de um acontecimento corriqueiro e eivado de subsistência. Se penso, logo existo, sinto, logo escrevo, na compreensão do incompreensível, sentimento indefinível, decifrando o indecifrável, revelando o inevitável, sem estragar a essência, abominando a discrepância, para falar de tolerância, reafirmando o que se é, sendo, permanecendo, vivendo, no enlace da vida que nos cerca, para que dancemos na ciranda da vida, no ritmo dos acordes angelicais, desde o raiar do sol até a luz da lua.

8 de outubro de 2008

Borboleando..

O borboleio da vida me leva a alçar vôos, permitir atitudes, admitir altitudes, reconhecer virtudes..
A vida me leva a caminhos desconhecidos, desbravar horizontes antes nunca vistos. Borboleando sigo nas planícies do inacabado, do que está em construção dentro de mim. Presa em mim, vivo solta em meu infinito, meu objeto de particular apreço. Meu ser, minha vida, se entrelaçam numa dança de devaneios, de conhecimentos, daquilo que sou, daquilo que almejo ser e daquilo que não consigo desvendar. Quando consigo alcançar objetivos inicialmente sonhados, a montanha se torna pequena e me mostra outro horizonte, um novo lugar, um novo mundo, um novo ser, um novo eu. Me torno pequena pra meu novo infinito, para minha nova razão de ser e de estar. Me sinto gota d'água do que antes era oceano, ai volto à minha condição de lagarta, que no casulo recolhe suas forças para então, somente depois de fortalecida, alçar novo vôo em alcance ao meu novo horizonte, minha nova descoberta.
Esses mistérios de idas e vindas, o ato de voltar e ir ao mesmo tempo, o chegar e o partir, me tornam outra, uma pessoa em eterno aprendizado, do que é, do que pode, do que consegue, mas com a certeza de que as borboletas ensinam todos os dias que o casulo é apenas um período que é necessário para que suas asas se fortaleçam e, só então, possa se sair e alçar o vôo dos apaixonados, pela vida e pela paisagem que os olhos vêem, com o olhar de quem era cego, no borboleio de quem nunca vôou... Quero ser como essa borboleta, que no encanto das dificuldades dos seus dias no casulo encontra a felicidade da liberdade de alçar vôo nos mistérios da natureza de Deus, sob os raios claros do sol da justiça da Virgem Maria....

1 de outubro de 2008

Meu sol, minha lua

Meu sol, minha lua Minha vida crua e nua O meu céu não tem estrelas Mas elas brilham sem parar Minha mente parou, vacilou Meu oculto veio à tona, mas não se deixou ver Meu coração se impôs E ciranda cirandou em meu ser Tal qual criança brinca faceira À minha maneira Jesus abençoou Meus demônios, minhas incertezas Meu sol, minha lua Minha vida dança e festeja De estrelas meu céu está repleto Mas elas não brilham como outrora Meu encanto desencantou Minha mente agora não pestanejou Mas o brilho dos olhos não mais encontrou Os demônios de outrora esvaíram-se na certeza Das incertezas de uma vida reta Que de avesso vira desfecho E não mais o mundo guia Mas meu sol guia meu mundo.. “Como pode um peixe vivo, viver fora da água fria.. Como pode um peixe vivo, viver fora da água fria.. Como poderei viver.. Como poderei viver.. Sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia?!”