30 de setembro de 2008

Afeição

Eu desejo um furor
Amor, imenso amor Arrebatador Tão grande, singelo amor Mas Deus o meu coração encontrou E fez morada na miséria da alma minha E feito Madalena me fez acreditar E feito Maria me fez amar Aquele que veio ao mundo para a mim salvar.. É Nele em quem eu devo confiar.. É Ele quem me faz amar.. E desarmou o meu coração.. Ao amar-me... sem razão!!

29 de setembro de 2008

Teorizando o debatido, debatendo o desconhecido..

Alguém, por favor, acenda a luz! O show tem que continuar, mas prefiro que seja na clarividade da platéia que o assiste. Há quem diga não saber quem é, e procura o tempo inteiro teorizar o que não se pode entender, buscando respostas para perguntas truncadas e perguntas para entender as respostas encontradas. Eu sei quem sou. Sou minoria, por simples saber que sou, como sou. Não tenho dúvidas de meu território, tenho a posse do que é meu. Sou dona de mim e de minhas consequências. Inconsequências cabidas na minh'alma, de se saber loucura sã. Sã teoria, sem teoria ser, de se saber ser o que se é. Teoriza aquele que não vive, mas vive de dar explicações para se reconhecer quem se é. Eu sou o que sou, sendo eu, não sendo outro, mas Cristo que vive em mim. A liberdade consiste do se reconhecer ser em si o que é, o que se pensa, o que se vive, arborizando a liberdade do viver quem se é, sendo e permanecendo, permeando sombra no escaldante sol da injustiça, sem justificar fazer o que se faz, simplesmente ser, fazer e acontecer. Delongas e delongas, para priorizar o prioritário. Teorizar o debatido, não reconhecido, desconhecendo o conhecido, desprezando o entendido, para encontrar o desconhecido. Brincando de viver, como criança que se entrega às verdades de seus pais, que teorizam vidas vividas, por si e por outrém, para fazer feliz a vida de alguém. Se acredita que na criança está o futuro. Meu futuro. Seu futuro. Mas creio que meu futuro pertença a mim, tão e somente. Sou dono de mim, e, por assim ser, o mundo me pertence e eu não pertenço ao mundo...

19 de setembro de 2008

Reverso do avesso

Por favor, ative o reverso! Ou melhor, para que? Quando estamos no avesso, não existe tempo. Não existe lugar, o avesso não ocupa espaço, nem tem horário. Lá na terra do avesso, o regresso não existe, só o inverso. Ativando o reverso, o avesso vira desfecho, e se desvainece de alegria de ver o que não é certo, sendo irrisório. Ninguém envelhece no avesso, tampouco sente fome, sede, frio ou calor. Ninguém é vaidoso, maldoso, maluco ou puritano. Há quem se atreva a desvendar o avesso, mas, moço, tenho coragem não. Prefiro aceitá-lo, como que quem sabe que tudo que chega chega sempre por alguma razão, ao qual não devo questionar, mas incorporar e viver, conforme ordenar o coração. Viver o avesso da vida, o que não é, não sofre de demoras, nem de esperas. Ninguém se encosta no avesso, ele vem sem aviso. Também é mal educado, não bate na porta pra entrar. Com todas as virtudes e inquietudes, sem avesso ninguém vive. Sem ele ninguém cresce. Sem ele, não se saberia que Deus está nos falando sempre, em todos os momentos, a dizer: "psiu, mocinha, estou aqui ó. ninguém te condenou, nem mesmo eu condeno a ti, vá e não tornes a pecar."

16 de setembro de 2008

Anormalmente Eu

Há um momento em que as palavras faltam, ou melhor, são desnecessárias. Um olhar, um sorriso, um silêncio, valem mais que mil palavras. O silêncio da alma tem sido meu maior presente de Deus esse ano. Com ele, tenho aprendido a meditar seus desígnios e a esperar com paciência, sofrendo as demoras, que sempre hão de existir. O ser humano nunca está completo, não é acabado. Somos seres em construção, eterna evolução, não paramos no tempo. Sempre haverá algo novo para vivermos, para nos lançarmos, nos arriscarmos, ou não. Este ano está sendo um ano de redescobertas, que são bem mais proveitosas que as descobertas. Quando olhamos com um novo olhar para algo velho, descobrimos as belezas escondidas naquilo que só olhamos com olhares superficiais, e esquecemos de olhar direito, com o olhar da alma, com profundidade. E no que era lixo, descobrimos grandes tesouros. No que achávamos ser fraquezas, descobrimos miserícórdia e sabedoria. No que desprezávamos por miséria, vemos um lindo arco-íris!
Estive pensando esses tempos o que pra mim é ser normal. Qual o conceito de normal. Se eu me encaixo como uma pessoa normal, pois gostaria de ter uma família normal, um emprego normal, me formar em tempo normal. Me casar com uma pessoa normal. Namorar com uma pessoa normal. Ter amigos normais. Enfim, ser normal.
Afinal, o que é ser normal? O melhor conceito que me veio a mente foi que ser normal é ser igual a maioria. Ser igual é ser normal. Ser igual aos conceitos, ter preconceitos, se encher de direitos e não ter defeitos. Isso é ser igual, ser normal.
Por conseguinte, tomei desejo de ser diferente, anormal. Ser minoria, que chora, que ri, ser eu mesma, com meus conceitos, sem preconceitos, inclusive por iguais, normais, pois ai estaria eu em recaída do querer ser normal, impor defeitos e expor direitos.
Quero ser gente, gente de verdade, carne e osso, e como é difícil ser a gente nestes tempos em que estão constantemente querendo nos impor modelos de vida, de dever ser. A novela é sempre mais interessante, e a grama do vizinho é sempre mais verde. Meu quintal só tem estrelas, e minha piscina é o mar.
Afinal, garrei em mim a vontade de simplesmente ser, de não ter vontade alguma. Somente de viver, nos desígnios da diferença, sem indiferença, fazendo valer as vontades do Pai, sobrepondo aos meus quereres, meus desejos. Sob os raios claros do sol da justiça, no resplandecer do raiar do dia, Daquela que abre os braços pra abraçar ao sol, que de inveja queima de cobiça, à vontade de ser Dele, através Dela.

10 de setembro de 2008

Dor que não dói

A dor não dói em mim. Não permito que doa em mim dores que me são alheias, que me tirem do prumo, do rumo, dos meus caminhos, dos desígnios de Deus. Dores mundanas, dores humanas, discussões descabidas, desnecessárias, inoportunas, desagradáveis e incoerentes. Repercussões quilométricas em um coração frágil, que engatinha no amor e na incompreensão que essa fase acarreta.
Olhares fogosos, estreitos e estritos em um amor incondicional, que nas pequenas coisas traz as fortalezas de ser Dele, quando os usuários do mundo, no ápice de suas overdoses, expelem aquilo de que estão cheios... Usados pelo prícipe, desconhecem o Rei, o que é infinito, o que não perece sempre reinará sobre todas as coisas e criaturas, inclusive o princípe, seu súdito fiel. Desconhecendo a Criação, viram criaturas fantoches, pensando que fantoche é aquele que é criatura que retorna aos átrios da Criação. Quão doce e linda é a vida daquele que nega ao acidental da vida e volta o olhar à essência, àquilo que vale a pena, àquilo que é fundamental. Quero ser fundamentalista, preparar terreno no essencial para aquilo que virá, que serei, que viverei.
As overdoses alheias lutarei para nao me atingirem, para nao serem minhas. E a quem puder proteger, mesmo que com meu próprio coração, protegerei meus pequeninos, para que não sejam capazes de sentir o mínimo de mágoa em seus corações daqueles que não aprenderam a amar, desconhecem a verdadeira face do Criador e se prendem àquilo que o príncipe ensina sobre nosso Senhor, deturpando e destruindo a verdadeira imagem, o verdadeiro ser Deus. Alias, minhas lutas são silenciosas serão paradoxo para eles, grandes escândalos em almas vestidas, mas minha praia interior será de nudismo. Nua perante Deus, crua pele vistosa, virtuosa, aos olhares desprendidos de meu Criador, que verá em sua criatura objeto de sua fascinação, de ser gente pecadora, mas que busca toods os dias acertar, reassumir seu lugar, no coração do amado.
Nessas virtudes praticadas, a mais dispendiosa, cuidar dos pequeninos que Deus nos dá, sem apegos, com muitos afagos, ajudando-os na difícil tarefa de ser gente, não menosprezando as fraquezas, mas enaltecendo as qualidades, que são inúmeras...

8 de setembro de 2008

Liberdade daquilo que é essencial..

"Muitas vezes se faz mister pedir coisas indispensáveis. Quando, porém, o fazemos com humildade, não há quebra do mandamento de Jesus. Pelo contrário, procedemos como pobres que estendem a mão para receber o que lhes é necessário. Quando não são atendidos, não se admiram, porque ninguém lhes deve coisa alguma. Oh! A paz invade a alma quando esta se sobrepõe aos sentimentos da natureza! Não, não existe alegria comparável à que goza o verdadeiro pobre de espírito. Se pede com desprendimento, uma coisa necessária, e não só lhe recusam a coisa, mas até procuram tomar-lhe o que possui, está a seguir o conselho de Jesus: 'A quem quiser citar-vos em juízo para vos tirar a túnica, largai-lhe também o manto'.
'Abandonar a túnica' ao que me parece é renunciar seus últimos direitos, é ter-se como servidora, como escrava das outras. Quando nos desfazemos de nosso manto, torna-se-nos mais fácil andar, correr. Por isso, Jesus acrescenta: 'E se alguém vos obrigar a dar mil passos, andai com ele outros dois mil' [Mt 5,41]. Assim, não basta dar a quem quer que mo peça [Lc 6,30]. Preciso ir ao encontro de seus desejos, fazer um ar de quem se honra e satisfaz em prestar o serviço. E quando alguém toma algum objeto de meu uso, não devo fazer sombra de o lastimar. Pelo contrário, devo dar a impressão de que estou feliz, por me ver livre do mesmo. Muito longe estou de por em prática o que compreendo. Entretanto, só o desejo de consegui-lo já me tranquiliza."
Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

1 de setembro de 2008

Apenas mais um pensamento..

Não busco a santidade para que me reconheçam santa, mas para conhecer-me a mim, reconhecer em mim Cristo que aqui vive e reina, e resplandecer aos meus Meu Salvador, onde sem nada proclamar, apenas com meus atos, dizer-lhe: muito obrigado por existir, aqui, dentro de mim...