16 de setembro de 2008

Anormalmente Eu

Há um momento em que as palavras faltam, ou melhor, são desnecessárias. Um olhar, um sorriso, um silêncio, valem mais que mil palavras. O silêncio da alma tem sido meu maior presente de Deus esse ano. Com ele, tenho aprendido a meditar seus desígnios e a esperar com paciência, sofrendo as demoras, que sempre hão de existir. O ser humano nunca está completo, não é acabado. Somos seres em construção, eterna evolução, não paramos no tempo. Sempre haverá algo novo para vivermos, para nos lançarmos, nos arriscarmos, ou não. Este ano está sendo um ano de redescobertas, que são bem mais proveitosas que as descobertas. Quando olhamos com um novo olhar para algo velho, descobrimos as belezas escondidas naquilo que só olhamos com olhares superficiais, e esquecemos de olhar direito, com o olhar da alma, com profundidade. E no que era lixo, descobrimos grandes tesouros. No que achávamos ser fraquezas, descobrimos miserícórdia e sabedoria. No que desprezávamos por miséria, vemos um lindo arco-íris!
Estive pensando esses tempos o que pra mim é ser normal. Qual o conceito de normal. Se eu me encaixo como uma pessoa normal, pois gostaria de ter uma família normal, um emprego normal, me formar em tempo normal. Me casar com uma pessoa normal. Namorar com uma pessoa normal. Ter amigos normais. Enfim, ser normal.
Afinal, o que é ser normal? O melhor conceito que me veio a mente foi que ser normal é ser igual a maioria. Ser igual é ser normal. Ser igual aos conceitos, ter preconceitos, se encher de direitos e não ter defeitos. Isso é ser igual, ser normal.
Por conseguinte, tomei desejo de ser diferente, anormal. Ser minoria, que chora, que ri, ser eu mesma, com meus conceitos, sem preconceitos, inclusive por iguais, normais, pois ai estaria eu em recaída do querer ser normal, impor defeitos e expor direitos.
Quero ser gente, gente de verdade, carne e osso, e como é difícil ser a gente nestes tempos em que estão constantemente querendo nos impor modelos de vida, de dever ser. A novela é sempre mais interessante, e a grama do vizinho é sempre mais verde. Meu quintal só tem estrelas, e minha piscina é o mar.
Afinal, garrei em mim a vontade de simplesmente ser, de não ter vontade alguma. Somente de viver, nos desígnios da diferença, sem indiferença, fazendo valer as vontades do Pai, sobrepondo aos meus quereres, meus desejos. Sob os raios claros do sol da justiça, no resplandecer do raiar do dia, Daquela que abre os braços pra abraçar ao sol, que de inveja queima de cobiça, à vontade de ser Dele, através Dela.

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