28 de novembro de 2008

A visita.

Isaías 63:15 “… A ternura do teu coração e as tuas misericórdias se detêm para comigo!”
Alguém bateu na porta. Mandei que entrasse, não tenho o costume de perguntar quem bate. Não o olhei de pronto, pedi que se acomodasse, estava acompanhado. Pedi um pouco de tempo para que pudesse me aprontar, pois minha vida naquele momento estava concentrada na minha bagunça rotineira, sempre iguais, com tantas diferenças. Ofereci água, ou algo que de bom tivesse na geladeira, mas me falou não ter fome, somente saudades e que queria muito que eu sentasse para conversarmos. Pedi que fosse falando, pois eu estava um pouco ocupada comigo, minhas coisas que nunca tinha tempo para arrumar, e justo aquela hora havia reservado para isso. Ele começou, falou coisas muito bonitas, mas não prestei a atenção devida, para que pudesse compreender tamanho amor depositado em suas palavras. Dado momento, o silêncio imperou. Percebi muito tempo depois, foi quando o olhei. Era Jesus, acompanhado de alguns anjos e Maria. Ainda estavam lá. Pensei: "porque não foram embora? Não lhes dei a mínima atenção". Ele, de pronto, respondeu ao pensamento: "Estou aqui como sempre estive e sempre estarei. Te falo, mas tu não me escutas porque te ocupas demais contigo e com tuas exlicações sempre necessárias. Te mando flores, mas não as cuida. Te mando o sol, mas tu não o contemplas para lembrar de mim. Te criei mulher, para que olhe ao teu redor e veja minhas maravilhas como ser mulher, mas tu te ocupas demais com coisas inúteis. Mas mesmo contigo sendo tão 'avuadinha' minha filha querida, permitiu-me adentrar a tua vida, e por isso sou feliz, por ter-te perto de mim, menina dos olhos de Deus".
E então? Ele não se foi, até hoje está comigo, em meu coração. Seu espírito em mim habita, e vez por outra, quando consigo a graça, preparo meu coração por um instante para recebe-lo em corpo e sangue, o que me torna absurdamente feliz. Lhes ofereci guarida, e todos hoje moram aqui, em mim. Tento deixar os meus hospedes à vontade, para que não lhes dê vontade de ir embora, pois não sei o que seria de minha casa, meu ser se decidissem se aparta de conviver comigo...
Desde então, passo de louvor à prisão, me escondo da solidão abrindo as janelas dos meus cômodos, um a um. São faxineiros excelentes, me ajudam a entender e organizar minha bagunça. O cotidiano ficou mais leve com suas ajudas. Me levam a compreender coisas antes nunca por mim remexidas por medo do que pudesse acontecer. Não os viro mais as costas, ao contrário! Peço ajuda para concluir a limpeza. Por muitas vezes tento desistir, a limpeza superficial é sempre mais facil, mais comoda, porventura depois que adentrei a profundidade de meus defeitos, e vi a podridão de minha alma, decidi-me por não remoer mais o passado e não voltar mais atrás. Decidi segui-los em sua empreitada de limpeza, suas mãos, mesmo com agilidade e brandura, sobretudo às de Maria, leves como plumas, não permitem o mínimo de dor, contudo ela é inevitável. Por vezes, eles me permitem repouso, mas não por muito tempo, para que eu não me esqueça de que é necessário o trabalho para não tornar-me novamente, uma acomodada, agora em minha limpeza, e esqueça do que ainda tem que ser feito...
"Diante de tua presença me encontro, Senhor, Deus infinito.. o Teu olhar me acompanha e sabes quem sou.. ao enxergar Tua grandeza e minha pequenez, eu reconheço.. que minha história é nada sem o teu amor.. por isso venho Te buscar, porque eu preciso, meu Deus, em teus braços estar.. Morar em Teu coração e entregar-me a Ti, inteiramente.."

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