3 de abril de 2009

Aflorar

Acreditando ou não, crendo ou não, vendo ou não, ouvindo ou não, sentindo ou não.
Acredito, creio, venero, amo e tenho fé pelo que não sei.
Não saberia viver de outra forma.
Não tenho porque ou pra que razão em explicar algo que vive em mim inquietamente.
Eu sou de Deus e pronto.
Eu quero ser santo e pronto.
O desejo inconstante que sussura aos meus passos o caminho certo a seguir no dia de hoje.
Não almejo grandes graças a mim, não. Posso até querer um dia.
Não aspiro grandes coisas, quero apenas deitar em meu leito tranquilamente, com sensação de dever cumprido.
Não sei ser de Deus, mas busco nos passos de meus antecessores.
Não tenho a sabedoria dos monges, mas tenho a sabedoria na medida de minhas atitudes.
Não tenho o discernimento dos santos, mas tenho a consciência do que eu sou e minhas limitações.
Deus se desdobra em minha vida como um jardim em eterno aflorar.
Cada novo dia uma nova borboleta que sai do casulo após dias no aperto de suas angustias, contudo foi por elas que ela alcançou a graça do voo.
Se sou de Deus, aceitarei as consequências de assim decidir.
Se sou humana, aceitarei as limitações de minha condição.
Prazer, me chame por Carlinha.

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