Não sabia que deixar-se levar seria tão difícil. Para aquele que é levado, guiado, basta somente abandonar-se, o que teoricamente seria o escoamento das forças em prol do seguimento daquilo ou daquele que o leva. É, teoricamente. As vontates continuam vivas, sagaz necessidade de ser, reconhecidamente, o que sou, o que fui, o que minhas ânsias inspiram minha mente vivamente e asseveram: querem a prorrogação de jogo que o juiz já encerrou: é tempo de imperar a vida nova.
Deixar-se levar pelo sopro das criaturas. Deixar-se envolver pelo simples, mínimo e surpreendente pequeno detalhe. Ater-se ao essencial das coisas da vida, não aos acidentes da história. Surpreender-se pelo sempre desprezado, animar-se com as alegrias esquecidas e marginalizadas pelos que, até então, eram seus ideais. Superar-se em virtudes, aninhar-se em desdém, bendizer o nome de quem não se vê...
Alias, bendizer, maldizer... essas coisas sempre me deixaram muito confusa. Não acreditava que alguém poderia, simplesmente, maldizer a vida de outro. Degenerar, renegar, e submeter-se a esse desdém. Dispor-se, sem impor-se, deixar-se levar... É! Passível é aquele que se deixa levar: a ignorância, a arrogância... mas, que tenho eu? E a vida continua...
As páginas do livro me ensinam uma vida já vivida. O aprendizado retirado das entrelinhas me submete ao exame dos meus atos pretéritos e presentes. Como me localizar no meio de tantas abstenções? Localizar-me no sofrimento alheio, nas suas respostas, sem interpor razões que a própria razão desconhece? É fato: preciso de motivos para gerar atitudes de sentido aos meus passos. Vida pregressa, espreguiçada nas inconstâncias de uma, duas, várias almas. Surtir o significado de cada ato, cada vivência, sem caracterizá-la como boa ou ruim: o perdão já imperou outrora, não vale mais remoê-lo, não cabe. Seria o mesmo que renegar a divina misericórdia e, até, o Sangue Redentor do Cordeiro de Deus. Enquanto isso, as páginas passam, vão indo, linha a linha, palavra por palavra, letra a letra. Rogo sempre a minha doce Maria, que cada vivência desse Santo Filho de Deus entrave em minhas entranhas, e me façam melhor a cada dia, ou, ao menos, me façam desejar ser melhor a cada dia. Que não se perca nas prateleiras do esquecimento: cada migalha renegada, cada centelha de desamor utilizado como adubo para fortalecimento de suas forças, cada noite ao relento, cada oração em silêncio, cada clamor de compaixão, cada louvor, mas que transformem-se em música para os meus dias, lanterna para a escuridão da noite sem luar, sabedoria para viver as alegrias, farol guia das estrelas eternas, que se lançam em pedidos desesperados de apaixonados pela vida, pela natureza, pelas criaturas, que buscam amor onde não podem encontrar... Faz dessas experiências amanhecer, vigia que sou da aurora das vivências de quem me precedeu!
De um Francisco que me batizou, a um Francisco que me salvou, faço-me consagrar nas memórias a mística da escolha de almas prediletas, e o reconhecimento de cada chamado, salvando o primeiro pela doação de alma do segundo...
São Francisco, rogai por nós!
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