30 de julho de 2010

Permita-me!

Tirar a cabeça do lugar, de tudo.
Sair da rota de um rumo, de um sonho.
Enveredar abismos, encompridar distâncias, permitir-se na lentidão.
Dar a ré, sair do caminho, ir ao encontro do acostamento, perder-se de vista, deixar-se perder de vista...
Avistar outros caminhos, outras distâncias. Perceber outros carinhos, outras estâncias.
Avistar novos reinos, novas verdades. Descobrir preceitos e vontades.
Angariar amizades. Despir vergonhas.
Sozinho se vai mais rápido.
Acompanhado se vai mais feliz...
Ouvir o lado, o traseiro, o atrasado. Saber-se ser quem se é, e ser feliz mesmo assim.
Sorrir pelo lisonjeio, passear pelo estrangeiro: enganos de uma vida comum, excomungada pela vaidade.
Permitir-se, muito além de libertinagem. Abstrair, muito além de subsistência. Viver, muito além de transgredir.
Conhecimento, ciência da razão, antropologia do sentir: ser, estar... enraizada ânsia de infinito progressivo, como os primeiros raios do sol.
Andar a pé, puxar a ré. Reconhecer em si o outro, o outro em si mesmo. Não perder-se, apreender-se... empreender, felicidade aprendiz!

"Vem de mansinho a brisa e me diz: é impossível ser feliz sozinho!" ;-)

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