A riqueza de um detalhe nos aponta a preciosidade residente na simplicidade empoeirada. O canto do passarinho, o nascer e o por do sol, o barulho do mar... A humildade ressoante em atos simplórios de humanidade feliz, reluzente em saber-se percebida pela natureza silenciosa das Criaturas. Tempos em tempos me vejo assim: admirada com as belezas ostentadas pela flora, fauna, astros, paisagens... E ainda continuo a me surpreender com o sempre belo e esquecido, detalhes de uma foto de verão.
É quando o cotidiano deixa de ser carcereiro e passa a ser auxílio esquecido para o próximo passo, visto que meu dia ontem não faz diferença ao meu olhar de hoje: o coração palpita por outras emoções. As necessidades são as mesmas, a direção do olhar é que mudou. Nada parece ter as mesmas necessidades, as mesmas intensidades, a não ser a preguiça de ser, em retirar o acelerado dos atos, e andar na presunçosa calmaria do balanço das ondas. O horizonte, mesmo distante, parece alcançável pela palma da mão... assim como o Céu e toda a Terra.
A riqueza dos miúdos, trocados em verso, prosa, vivência, olhar, que de silenciosas conversas entendem o sentimento inteiro. Se tudo muda o tempo todo no mundo, e já dizia Lulu Santos que não adianta fugir, fingir, seremos: em intensidade de graça derramada nos pormenores da vida, onde reside a preciosidade do Ser.
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