Entender motivos.
Descobrir razões.
Esses são fatores indispensáveis para assimilar a dor, pois a alegria, por si, se justifica no regozijo da tristeza antecedente.
Afinal, de que vale entristecer-se sem pensar um dia em alegrar-se?
Olha em volta, frustrar-se é a lei geral.
Outrossim, de que deriva o seguimento de esteriótipos criados na perfeição de vivências inexistentes? Torna-se, na prática, a vivência da novela das oito, das telinhas do aparelho de televisão.
Recria-se a imperfeição, clama-se pela perfeição.
Analisando o sofrimento, pude concluir que a frustração nasce da projeção do que é imperfeito na minha vida, mas poderia e deveria ser perfeito, a fim de trazer aos meus dias uma alegria cinematográfica, no tempo de minhas necessárias vaidades de felicidade.
O dolorido da alma. O dolorido do ser. É quando todas as teorias de dever ser aprendidas no catecismo da infância fazem tanto sentido quanto reviver as páginas empoeiradas do evangelho esquecido na sala de estar.
É quando me dou conta de que a vida ficou tão relativista, aceitando todos os senão tão bem interpostos e debatidos que perdeu o fio de ouro que a prendia na sanidade.
É quando reconheço que ser é tão gritante quanto saber o que por em prática.
Olha em volta, ser feliz é a lei geral.
Felicidade que é amarela, em dor que não tem cor.
Belíssima análise e com esse tom poético só mesmo você para escrever. Identifico-me com cada palavra e quereria eu tê-la escrito.
ResponderExcluirSó uma coisa: a cor da dor é cinza.
Abraço