19 de janeiro de 2009

Impertinência

Não pertine em mim essa impertinência que me assola. Meu ser em construção por vezes sofre em desmoronamentos não programados por mim, mas almejados por Deus. Toda grande reforma necessita de grandes transformações, pois algo feio até se tornar bonito deve sofrer a metamorfose da mudança.
Mudar. O ato de transformar algo em alguma coisa exige do artista imaginação e aptidão para aquilo que almeja alcançar. Transpor as indefinições para um ser definido nunca pode ser alcançado por alguém que não sabe inverter solidão em beleza, intemperanças em silêncio. Vai muito além de saber tudo sobre si, ou achar que sabe.
Estar no controle nunca nos coube. Se achamos que sim, é porque nunca vislumbramos a um mundo além de nosso próprio quintal. Nos delimitamos em nosso ser como sendo perfeitos por pequenas amostras de beleza, como um pequena flor sobrevivente a uma grande queimada.
A tela por si só não se pinta, tampouco o pincel sozinho muita coisa pode fazer para uma obra se tornar bela. O artista, mente pensante da obra d'arte antes de seu início planeja, estuda com afinco todas as formas para deixar sua criação cada vez a sua imagem, obra prima de grande apreço. Assim é Deus conosco. Artista atento, planeja todas as formas para nos trazer a beleza que está em seu coração, para que vivamos a arte da vida de acordo com as maravilhas de uma vida plena e constante tranbordante em seu amo infinito, onde, para isso, devemos ser pinceis pacientes e atentos a seus ensinamentos e pinceladas, mesmo que, a primeira vista, não entendamos o primeiro traço marcado à tela... Não cabe ao pincel ser artista. Não cabe à tela ser artista. Mas a obra prima somente irá existir em razão deles...
Somos apenas teimosos e impertinentes pinceis, com vontades próprias a enfeiar a obra prima almejada por Deus que, pacientemente, a tenta corrigir...

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