30 de outubro de 2011

De volta ao início


Os começos. Passam desapercebidos por mim. Vão, como poeira e vento que passa, na estrada percorrida. Passam os livros iniciados, os programas começados, os passos. Passam, desapercebidos, passam.
Voam tempos, voam pensamentos. Olhar desatento é igual a chuva passageira: só se atém ao que quer, só molha onde não deve.
E assim passa: a palavra, o olhar. Passando, passou, e diante meus olhos, à beira da vida.
Quando vejo, estou no envolto, meio solto, de pontas desatadas.
De risonho, o presente se mostra com futuro, num passado desapercebido, num futuro prometido e cheio de vida, e de possibilidades.
Esse, não passou, graças a Deus!
Mas passou o dia, passou o verão, o inverno, o outono, a primavera, o verão... Passou.
Adormeceu o que devia, acordado está hoje o assunto presumido, do inverno na intenção, no verão exposto, como biquine guardado no fundo da gaveta.
E vejo: a prece apressando a pressa de ter. Ter, muito além de possuir, muito mais que adquirir. No âmago da existência: ser. Em extensões pretendidas, mas esquecido esteve o penar nas sórdidas entrelinhas dos inícios.
Por isso, é preciso voltar. Reorganizar as gavetas, olhar paulatinamente cada vão detalhe de um passado que carrega em si os entremeios de um presente, e as histórias de um futuro completo em saber-se percebido.
Inicio novamente o livro da vida. Dessa vez mais atenta, aos detalhes, aos meus detalhes, não mais em mim, mas dentro de mim.

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