29 de outubro de 2009

Temperança


Sabe o que penso. Sabe o que falo. Sabe o que engano. Sabe o que amo. Sabe.
Tudo sabe.
E maravilho-me cada dia em saber que não mais me assusto em ser encontrada.
Não mais temo a exposição de mim mesma.
Sou feliz, por assim dizer, pela consequência de meu eu entregue aos outros.
Meu ser, de portas abertas a receber quem chega, independente de quem for.
Meu pobre fio de vida, fortaleceu-se em fios de ouro, entrelaçados aos meus frágeis atos, eivados de incoerência. Atos nobres nasceram, de sementes plantadas outrora, e frutificadas em momento certo e escolhido, para renascer em minh'alma a graça da vida e da morte.
É tempo!
Tempo de olhar além, tempo de não perder tempo, tempo de esquecer-se de marcador tão irregular de vida.
Sem respeito o tempo passa, com graça a vida dança.
Entorpecida, a mente vagueia. Enfurecido, o coração passeia, pelas várias esferas do amor, pelos mais eloquentes discursos do amar. Enfureceu-se em amor, enlouqueceu em amar a si, ao outro e a quem passar.
Dança, dança coração. Não perde tempo.
Afinal, que graça tem o tempo, senão a vontade de tê-lo?
Suspira coração, ama.
Não engana, caminha, no caminho dos desesperados pela temperança de sentir-se amado por Deus, na espera dos crentes, que acreditam no viver eterno, que ultrapassa a lógica dos relógios.
Trapaceia coração, esse cretino, que amarra-te em prantos, e dança feliz da vida, a vida que Deus te deu!

Um comentário:

  1. Liiiiiindo texto! Amo conseguir me enxergar no que outros escrevem...reconhecer-se no olhar do outro é tão mais valioso!
    Obrigada!

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Obrigado por me incentivar a escrita! Você é dom de Deus na minha vida! ;)