13 de outubro de 2009

Divino Humano


As descobertas reveladas me lançam a realizar coisas que jamais eu, por meus próprios méritos seria capaz de efetivar. Dentro de minha humana condição de busca da Divindade, de assemelhar-me a Deus e compreender que muito longe estou de conseguir tal façanha. Tolinha... Deus é Deus! Cristo pediu distancia do Cálice, e Deus falou a Ele que doação é aceitação, do amor e suas conseqüências. A naturalidade humana do Cristo, que se sentiu à vontade na vestimenta dos sofrimentos inalcançáveis a Deus, até então. Creio, em meus mais longínquos pensamentos que Deus, na busca incessante de entender o humano, tornou-se Ele mesmo, para nos mostrar que somos capazes de viver o que nos foi dado e perdemos no tempo: Humanidade.
Lemos, escrevemos, confabulamos, nos irritamos, buscamos incansavelmente a sabedoria do entender de Deus, quando Deus já nos disse desde muito o segredo para a salvação da humanidade: sede humanos. Engraçado como fugimos dessa condição, visto que ser humano é tão simplório que não deve ser isso. Quanto mais busco dentro de mim uma resposta, mais me surgem perguntas. Porquanto, quanto mais pergunto-me, limito-me viver no cercado de minhas coerências, onde o que Deus me pede é que me jogue solta no jardim infinito do Bem Amado. O curral de meu entendimento não pode limitar-me de compreender que Deus se desdobra em minha humanidade. “Quando mais fores humano, quanto mais serás Divino, não se toca o céu se não tens os pés no chão”, já belamente poetizou Pe. Fábio, contudo foi outro padre hoje que me devolveu o que entreguei a Deus. Padre Anchieta. Nunca escutei esse nome. Nunca conjuguei esse verbo. Nunca vi esse rosto. Nascido no interior, lá na serra da chapada da Ibiapaba. Vivente no interior do Ceará, pároco em Camocim, terra linda. Oito meses de sacerdócio com domínio das palavras experiente, como quem acostumado em fazer-se entender em suas vivencias. Homem de falar rebuscado, mais de coração tão simples, que transformava pedra em água, água viva. Era como se o fundo poço sem vida transformava-se em fonte de água para que outros venham a utilizar-se de sua utilidade única, qual seja dar de beber aos sedentos. Em suas palavras de repente o estalo: sou humana, e a humanização de minha divindade a ser seguida é o que me tornará a cada dia mais humana.

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