22 de fevereiro de 2009

Meus pés, meu caminho..

O que eu vou ser eu não sei. Essas conclusões e limitações tem o poder de nos aprisionar em expectativas e projeções de futuro perigosas. Eu sei quem sou. Uma menina cheia de sonhos a respeito do seu futuro. Uma mulher cheia de medos do seu futuro. As expectativas sempre me frustraram. Quando crio uma gama de esperanças acerca de algo que me é muito valioso, me decepciono com algo que não aconteceu da forma que sonhei. Tenho medo de expectativas. Sempre as tenho. Sempre as abomino. Para mim, não são criações divinas, em especial quando provém de pessoas alheias a mim, como imposições de “dever ser”. Muito perigoso é projetar nossas ambições de realidade em pessoas que sabemos, (ou pensamos saber), irão os concretizar de forma satisfatória, sem erros e esquecemos que os erros é que nos tornam especiais, únicos. Ou então nossos desejos mais profundos de santidade e perfeição, inquisidores em eclesiástico tribunal de redomas protetoras da santa paciência, discernimento, compaixão, misericórdia e demais dons divinos são defraudados pela humanidade que sempre prevalece e vem à tona no momento em que somos nós mesmos, não aquilo que pensam de nós. Ser amado é isso, é quando apesar de o outro saber tudo sobre nós ele nos estender a mão e dizer que acredita, que aceita, que ama... Interessante ser humano. Ele acredita naquilo que vê, não no que sente e se sente o máximo por achar desculpas para não acreditar em si mesmo. Tenta achar respostas para as perguntas que não sabe fazer, e inventa perguntas para respostas que não sabe descrever. Decepciona-se com si mesmo através dos outros, e deixa de acreditar em Deus porque os outros não se importam mais, ou, por simplesmente, serem humanos como eles. O que querem? Que sejamos modelos de “dever ser” para serem conosco ou para se vangloriarem em seus egos hipócritas por a perfeição almejada e sonhada existir? Deus tenha piedade de nós, todos nós. Não quero nunca mais desejar a perfeição. Quando se aproxima de mim esse velho e ambicioso desejo, me alegro infinitamente pelo reconhecimento de minha condição humana e pecadora, mas nunca indigna. Aprendi que minha dignidade foi comprada a preço alto, valioso. Naquele derradeiro momento quero estar eu à Seu auxílio, como trabalhadora da última hora que sou, não por ser indigna de estar a seu lado, mas por ser digna do Reino de Deus por ser Sua imagem e semelhança, apesar de ser o que sou. A compreensão do bem e do mal, não sei onde Eva estava com a cabeça. Mas, parando pra pensar, tenho atitudes totalmente condizentes com as dela. O paraíso, Eva e Adão, obedientes a vontade do Pai criador, quiseram mais, muito mais. Nesse momento, a ambição falou mais alto. Conhecer o mal? Seria bom? Serei como Deus, ai sim à sua imagem e semelhança verdadeiramente. Bobinhos... Seria simplista pensar assim? Não sei. Tomei a decisão de não me perguntar ou olhar para trás quando tenho dúvidas acerca de minha fé. Acreditar é minha crença chave. Minha fé está fincada em solo de crença insoluta, hoje sim. Demorei a compreender desta maneira algo tão notável. Se acredito no que não vejo, porque preciso que me provem? Se creio vendo, não creio, pois necessitei de comprovação para crer. Como já disse o Amado, fé é acreditar quando tudo está ao contrário. Homem de fé é o que não vê e mesmo assim não desiste. Vida eterna? Anseio esse misterioso segredo. Qual seria a cor do infinito? Vivo hoje para saber amanha, sem pretensão de ser, dever ser ou estar... Sem pretensões de futuro, meu Deus bem o sabe. Sem ambições de presente, e meu passado já não existe mais. Porque vivo! Ele está em minha mente para nunca me esquecer de quem sou, pra quando me perguntarem o que eu vou ser, possa eu responder que não sei, porquanto Deus sabe de mim! Deus vê e cuida de mim...
Imagem: são meus pés sim, vistos da pedra do arpoador no Rio de Janeiro...

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