Engraçado a solidão. Eu pareço sozinha? Creio que não. O silêncio não imperou, ao contrário. Tv desligada, mente pensante... Só e bem acompanhda de mim. Meus pensamentos nunca me abandonam, nem em momento de profunda solidão, necessário refúgio. Retenho-me do que quero ser, penso no que sou. Na tela, histórias vistas outrora. Um menininho no silencio que busca a esperança de rever sua familia, a quem nunca conheceu. Historia comovente, onde, mais uma vez, o essencial é invisível aos olhos. Engraçado a gente, ninguem ve uma historia igual a outra pessoa. É como se um só conto contasse várias histórias diferentes, realidades diversas. Como se a minha vivencia tivesse poder de definir a história contada pelo outro, fascinante... Meu ser intervem no pensamento alheio e me faz refletir momentos vividos por outrem como se fossem meus, minha vida, meus devaneios, meus sonhos. Sonhar, a arte de viver por momentos a realidade do amanhã. Sempre pensei em sonho como verdade futura do meu ser, melhor assim. Não como expectativa do que serei, mas meta a ser alcançada com suor e lágrimas, oração e bençãos, luta e sacrifício. Meus sonhos, guardo todos na caixinha esquecida das memórias de uma jovem sonhadora. Quem dera eu poder mudar o mundo, sonho de gente pequena que quer ser grande sem poder. Se o mundo nao posso alcançar com a palma da mão, tento alcançar meu coração, para que no mínimo que me foi confiado, eu consiga o máximo que posso fazer. Enquanto isso, sonho... os mais diversos que se possa imaginar...Ouço vozes. Não sei ao certo o que dizem, o que querem me passar. Vozes diferentes das de costume. Alias, nunca as havia escutado antes. Me dizem para continuar. Minha vida, meus afazeres. A escrita me comove e me aprofunda naquilo que sou. Quando mais escrevo, mais me reafirmo como pessoa. Daquilo que fui, que sou e me transforma no que serei um dia. Minhas vivencias, experiências que não foram em vão. Tempo passado e perdido, ou seria vivido e esquecido? Momentos me torturam, anseios me provocam, a paz reina em meu ser. Um misto de guerra e paz de mim, como a faixa de gaza em cessar fogo. Acho minha escrita voraz, há quem goste dela. Eu já não sei. As vezes, quando leio algo que fiz a muito tempo, realmente se não tivesse postado aqui ou no papel com minha letra não julgaria ser meu. Meus sentimentos transcritos, minha vida escoimada em palavras conjuntas formando verbos transitivos diretos do meu ser. Conjugação de uma vida inteira, firmada no vento do sopro da vida, criada desde sempre e para toda a eternidade... seria eu obra de meu Deus desde sempre? Teria realmente Ele um plano de vida para mim? Me pergunto perguntas das quais já sei todas as respostas, mas gosto de ouvi-las. Me dão animo para continuar minha caminhada. Meus sentimentos se misturam com os Dele, sensação de querer o mesmo caminho que Ele almeja para mim. Muito lindo esse mister de ser e querer ser. Ouço vozes, silenciosas vozes. Elas sussurram dentro de mim, ao pé do ouvido de meu coração. Me impulsionam a outros sons, outros horizontes, novas cores e sonhos, meus sonhos, lindos sonhos. Dos mais belos que nunca tive antes ou, ao menos, tenha querido ter. Me dão alegria de viver em plenitude a verdadeira sabedoria da vida. Me chamam a saborear a existência com gosto de comida quentinha em dia de chuva. Me clamam a ser o que sou por inteiro. Me querem do jeito que sou, impressionante, quando pensei ser a pessoa mais errada e errante deste mundo inteiro. Mas Ele me quer. Me quer inteira, nunca pela metade. E o essencial? É, e sempre foi, invisível aos olhos.
22 de fevereiro de 2009
Meus pés, meu caminho..
O que eu vou ser eu não sei. Essas conclusões e limitações tem o poder de nos aprisionar em expectativas e projeções de futuro perigosas. Eu sei quem sou. Uma menina cheia de sonhos a respeito do seu futuro. Uma mulher cheia de medos do seu futuro. As expectativas sempre me frustraram. Quando crio uma gama de esperanças acerca de algo que me é muito valioso, me decepciono com algo que não aconteceu da forma que sonhei. Tenho medo de expectativas. Sempre as tenho. Sempre as abomino. Para mim, não são criações divinas, em especial quando provém de pessoas alheias a mim, como imposições de “dever ser”. Muito perigoso é projetar nossas ambições de realidade em pessoas que sabemos, (ou pensamos saber), irão os concretizar de forma satisfatória, sem erros e esquecemos que os erros é que nos tornam especiais, únicos. Ou então nossos desejos mais profundos de santidade e perfeição, inquisidores em eclesiástico tribunal de redomas protetoras da santa paciência, discernimento, compaixão, misericórdia e demais dons divinos são defraudados pela humanidade que sempre prevalece e vem à tona no momento em que somos nós mesmos, não aquilo que pensam de nós. Ser amado é isso, é quando apesar de o outro saber tudo sobre nós ele nos estender a mão e dizer que acredita, que aceita, que ama... Interessante ser humano. Ele acredita naquilo que vê, não no que sente e se sente o máximo por achar desculpas para não acreditar em si mesmo. Tenta achar respostas para as perguntas que não sabe fazer, e inventa perguntas para respostas que não sabe descrever. Decepciona-se com si mesmo através dos outros, e deixa de acreditar em Deus porque os outros não se importam mais, ou, por simplesmente, serem humanos como eles. O que querem? Que sejamos modelos de “dever ser” para serem conosco ou para se vangloriarem em seus egos hipócritas por a perfeição almejada e sonhada existir? Deus tenha piedade de nós, todos nós. Não quero nunca mais desejar a perfeição. Quando se aproxima de mim esse velho e ambicioso desejo, me alegro infinitamente pelo reconhecimento de minha condição humana e pecadora, mas nunca indigna. Aprendi que minha dignidade foi comprada a preço alto, valioso. Naquele derradeiro momento quero estar eu à Seu auxílio, como trabalhadora da última hora que sou, não por ser indigna de estar a seu lado, mas por ser digna do Reino de Deus por ser Sua imagem e semelhança, apesar de ser o que sou. A compreensão do bem e do mal, não sei onde Eva estava com a cabeça. Mas, parando pra pensar, tenho atitudes totalmente condizentes com as dela. O paraíso, Eva e Adão, obedientes a vontade do Pai criador, quiseram mais, muito mais. Nesse momento, a ambição falou mais alto. Conhecer o mal? Seria bom? Serei como Deus, ai sim à sua imagem e semelhança verdadeiramente. Bobinhos... Seria simplista pensar assim? Não sei. Tomei a decisão de não me perguntar ou olhar para trás quando tenho dúvidas acerca de minha fé. Acreditar é minha crença chave. Minha fé está fincada em solo de crença insoluta, hoje sim. Demorei a compreender desta maneira algo tão notável. Se acredito no que não vejo, porque preciso que me provem? Se creio vendo, não creio, pois necessitei de comprovação para crer. Como já disse o Amado, fé é acreditar quando tudo está ao contrário. Homem de fé é o que não vê e mesmo assim não desiste. Vida eterna? Anseio esse misterioso segredo. Qual seria a cor do infinito? Vivo hoje para saber amanha, sem pretensão de ser, dever ser ou estar... Sem pretensões de futuro, meu Deus bem o sabe. Sem ambições de presente, e meu passado já não existe mais. Porque vivo! Ele está em minha mente para nunca me esquecer de quem sou, pra quando me perguntarem o que eu vou ser, possa eu responder que não sei, porquanto Deus sabe de mim! Deus vê e cuida de mim...
Imagem: são meus pés sim, vistos da pedra do arpoador no Rio de Janeiro...
13 de fevereiro de 2009
6 de fevereiro de 2009
Lá
Lá naquela cidade distante, meus mais absurdos sonhos..
Lá na fronteira entre o consciente e o inconsequente, onde negamos a nós mesmos existir vida.
Lá onde os olhos não alcançam, onde a mente vagueia fervorosa.
Lá na distância do profano com o divino ensinamento de saber-se filho de Deus e de minhas consequencias..
3 de fevereiro de 2009
Shangri-lá
Como partir se não sei mais ir?
Reaprendi a ter medo de tudo, como poderia abster-me de mim, esvaziar-me do que sou e desejei ser outrora?
O que é palpavel me abraça aos prantos, porquanto o insoluto me espera ansioso..
Minha Shangri-lá esconde tesouros de ser e estar, o coração anseia o mais alto posto da razão, como não querer?
Amar sempre me foi muito dificil. Aliás, demonstrar meu amor. Amo, mas não demonstro cotidianamente. Sempre fui de ação, emoção zero, e Deus me mostra a todos os momentos que chegou a hora de romper essas barreiras do meu coração. Meu mundo místico de maravilhas, fé e felicidades plenas e absolutas somente poderá rodear meus sonhos se eu me dispor a abandonar meus amáveis e afavéis pecadinhos de brincadeira para alcançar a mim mesma, ao que sou de verdade...
Dizem que a verdade liberta, e somente justifica-se aquilo que no coração não se sente verdade. Acredito piamente neste conceito. Não gosto de justificar atitudes, porquanto tento ao máximo escoimar minhas falhas para parecer sem defeitos, é onde estou a aprisionar-me na mentira... Muitas vezes tenho que ser o que não sou para ser pela verdade do outro, que para mim é mentira. Nisso, me enlaço na dança do devaneio alheio, lhe dando acordes melodiosos, quando sua canção verdadeira é pobre e, ao invés de ajuda-lo a compor nova melodia, me lanbuzo na lama de seu pecado junto com ele...
Estranho jeito de ser humano, de estabelecer conceitos, encurtar razões, esconder emoções, estragar multidões. A cada dia mais um se diz católico não praticante, e poderia eu ser soldado de batalha sem me alistar ao exército? Somente quem exercita seu dever pode considerar-se ser o que é de verdade... Assim penso eu. Filho de Deus todos somos, que mal há de se assumir sua condição de fraqueza: não vou a missa por preguiça, e pronto, fica mais fácil. Temos que começar a ter consiencia de que meu pecado é meu, não posso invocar uma nova condição de dever ser simplesmente por minha frágil condição humana...
A benção da obediência inunda meu ser ultimamente, tudo o faço em obediencia a Deus e a Mãe Dele... De mais, enquanto não entendo o que compreendo, sigo tentando compreender o que não entendo, desanimando, animando, desistindo por um minuto e no próximo voltando pois esqueço que não sei mais seguir quem não tem palavras de vida eterna...
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