As
mudanças só acontecem em mim por rupturas. Sangrias desatadas em feridas não
cicatrizadas, matrizes da dor ora ressentida. O rumor do prazer em busca de uma
felicidade plena, de uma maneira geral constrange e sabota meus sentidos e
limites, sim, esses inexistem. Outra vez, o pranto em poema transmuta a face e
lágrimas correm soltas na vertente de uma incessante busca de sabe-se lá o que,
ou pra onde, ou quando, e os porquês embaralham-se em desculpas farpeadas em
muros de solidão sem solidez, más companhias que desprezam o rugido do mundo e
encontram fundamento em tempos de desejo de paz, guerra e amor. Fazendo a dor
por hora que se desiste de insistir em desistir de insistir no instinto, pois o
carnaval é uma vez ao ano e trazê-lo para fora de sua época traz transtornos
irreversíveis e voltar no tempo não é opção. Resistir em torno de novas
oportunidades de ser, expressar e esperando no insofrível em sofreguidão, mil
venturas. Tirar-te de mim não permito, ainda. Apagar-te da mente não consigo.
Inspiro-te em minha pele, no meu prazer e o nosso sabor consta ao fechar dos
olhos. Imagino-te, te sigo e te amo te conecto e a ti suspiro em respiração
conjunta, e no roncar de tuas insanidades me vejo no triste enlaçar de nossos
desencontros. E passam, estações inteiras em tempos diferentes para nós dois,
no verão de tuas instâncias e no inverno de minha paralisia, em caminhos
insistentemente cruzados pelo querer de um e aceitação apática de outro, em
momentos diferentes vice-versa. Se acaso querer confunde-se com aceitar, os
dois verbos não precisariam de terminações em vez de conjugações. E
verbalizando, persigo a sina que me deixou Deus de herança, na doença de pensar
e repensar várias e várias vezes as mesmas palavras em sentidos diversos e
infinitas flexões verbais sistematicamente afirmadas por duas razões, em
emoções misturadas e confundidas por vários chãos e terras. Nuas e cruas são
verdades extraídas do absolutismo de convenções sociais fincadas em minha mente
e na minha pureza, cega de nascença e de límpida encontrou o turvo de teu
olhar, com um coração cercado de arame farpado forjado num rodo cotidiano que
arrasta as adversidades inexistentes e inconcebíveis para mim, tão tuas. E tudo
em vice, no todo em verso, os olhares mesmo assim quando encontrados no amor
misturaram-se num sentimento único e puro, simples, verdadeiro, mesmo que a
língua verbalize o não, sabe-se o sim. Eu de cá, tu de lá, dias vazios, dias
iguais. E espero, mais uma oportunidade de acertar, dessa vez, plantada na
humilhação de teu desprezo.
7 de janeiro de 2014
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Obrigado por me incentivar a escrita! Você é dom de Deus na minha vida! ;)