7 de janeiro de 2014

O sol e a lua.

As mudanças só acontecem em mim por rupturas. Sangrias desatadas em feridas não cicatrizadas, matrizes da dor ora ressentida. O rumor do prazer em busca de uma felicidade plena, de uma maneira geral constrange e sabota meus sentidos e limites, sim, esses inexistem. Outra vez, o pranto em poema transmuta a face e lágrimas correm soltas na vertente de uma incessante busca de sabe-se lá o que, ou pra onde, ou quando, e os porquês embaralham-se em desculpas farpeadas em muros de solidão sem solidez, más companhias que desprezam o rugido do mundo e encontram fundamento em tempos de desejo de paz, guerra e amor. Fazendo a dor por hora que se desiste de insistir em desistir de insistir no instinto, pois o carnaval é uma vez ao ano e trazê-lo para fora de sua época traz transtornos irreversíveis e voltar no tempo não é opção. Resistir em torno de novas oportunidades de ser, expressar e esperando no insofrível em sofreguidão, mil venturas. Tirar-te de mim não permito, ainda. Apagar-te da mente não consigo. Inspiro-te em minha pele, no meu prazer e o nosso sabor consta ao fechar dos olhos. Imagino-te, te sigo e te amo te conecto e a ti suspiro em respiração conjunta, e no roncar de tuas insanidades me vejo no triste enlaçar de nossos desencontros. E passam, estações inteiras em tempos diferentes para nós dois, no verão de tuas instâncias e no inverno de minha paralisia, em caminhos insistentemente cruzados pelo querer de um e aceitação apática de outro, em momentos diferentes vice-versa. Se acaso querer confunde-se com aceitar, os dois verbos não precisariam de terminações em vez de conjugações. E verbalizando, persigo a sina que me deixou Deus de herança, na doença de pensar e repensar várias e várias vezes as mesmas palavras em sentidos diversos e infinitas flexões verbais sistematicamente afirmadas por duas razões, em emoções misturadas e confundidas por vários chãos e terras. Nuas e cruas são verdades extraídas do absolutismo de convenções sociais fincadas em minha mente e na minha pureza, cega de nascença e de límpida encontrou o turvo de teu olhar, com um coração cercado de arame farpado forjado num rodo cotidiano que arrasta as adversidades inexistentes e inconcebíveis para mim, tão tuas. E tudo em vice, no todo em verso, os olhares mesmo assim quando encontrados no amor misturaram-se num sentimento único e puro, simples, verdadeiro, mesmo que a língua verbalize o não, sabe-se o sim. Eu de cá, tu de lá, dias vazios, dias iguais. E espero, mais uma oportunidade de acertar, dessa vez, plantada na humilhação de teu desprezo.

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