Cheguei a uma conclusão. Venho pensando nisso a muito tempo e me escondendo em máscaras também. Que o passado é fato ocorrido e não mutável eu já sabia. Aconteciam dentro de mim explicações para corroborar o pensamento: o tempo que passou não volta mais; não da para retornar a pedra atirada; não dá para apagar a marca do prego depois de pregado. Assim, nessa linha de raciocínio, respaldei todas as atitudes de minha vida, como uma Constituição de mim, Magna Carta de meu viver, radicalmente. E, passado que não se muda, nada se pode ser feito, acabou-se, tchau e bença, vou indo..!
A bem da verdade, sabemos que não é por ai. Sabemos que chega certo momento de nossas vidas em que o futuro nos cobra o passado e, para trilharmos nos caminhos que Deus nos quer, seguir os passos do Criador, é preciso olhar lá atrás, no momento mais seguramente irremediável de minha história para, só Depois de compreendido e resolvido, partir para frente.
Sinto em mim a necessidade constante de evoluir. Me tornar mais gente, mais humana, aproximar-me de Cristo em suas virtudes e dons. Um misto de inocência e fé, caridade e amor. Esse meu anseio despertado homeopaticamente no descobrimento de meu ser se interpõe aos meus desejos de esquecer minhas verdades. Protelar o auto-conhecimento ou desacordá-lo nada mais é que uma forma de negar a existência de algo que não está certo, inclusive para nós mesmos. Eu incomodo a partir do momento que me conheço. Eu me imponho, pois me conheço. Imponho limites, delimitações onde creio ser área restrita de mim, com acesso exclusivo do meu Amado...
E assim permaneço, no atemporal período Divino da salvação de todos, a permear a graça de ser de Deus, em todos os espaços que me cabem, em todos os momentos que perpasso minhas vontades e acentua-se em mim a obediência de amar minhas verdades, minhas vontades, minhas imperfeições e minhas qualidades, afinal, ninguém é de todo mal...
Foi ai que descobri, que quando mais conclusões eu tenho, mais eu tenho que saber sobre mim.