Os soluços e silêncios imbuídos
ao desgastar do cansaço. O sono e a prece acostumam-se a não ter espaço,
tendenciosos ao ócio de uma procura incessante de carinho e consolo, que ao
lado encontra-se, mas o braço não consegue alcançar. Ocupa-se a mente do vazio,
aprofundado na inobservância das possibilidades, e inspira-se na ignorância da
soberba.
A vaidade que aos berros grita a arrogância de sobrenomes e prenomes,
pronomes assoviados em enfático sublinhar de coisa alguma, infladas na
humilhação de se achar igual, sendo diferente. Errei. Deveria saber, sem
pedigree nem teto, ou ainda chão embaixo dos pés.
Arranhei os cotovelos, bati a
testa e o remédio amargo a desfazer o desengano sussurra uma inflamação crônica
de meu estômago frágil: é como estar debruçada na repugnância da roda viva que
move os ponteiros e posições de cada peça, no imenso tabuleiro que movimenta-se
segundo o bel prazer de alguns poucos pré-determinados.
Enquanto isso o mundo gira, gira,
gira...
O descompasso de meus enganos em revira-volta revolvem meus pensamentos
a um vendaval de sensações, atordoadas pelo sentimento de fazer ou não a coisa
certa. Mas, afinal, o certo existe mesmo? Como seria esse “agir corretamente”?
Nem sei se busco ou não compreender esse fato, esse caso, mas é certo pensar
que não tenho poder sobre as ações alheias. Sequer minhas ações condizem
realmente com quem eu sou. Mas as minhas reações não reconheço como ditadas por
um ser evoluído.
Vejo-me em lama, como areia
movediça debato-me às sombras e choro, copiosamente choro, quando abraço quero,
ignorância a tudo que se passa tenho. Tento entender, concisamente, mas para
todos os lados só vejo cobranças, sobreditas cuidados ou exigências. Sufoco,
perco, uma perda inalcançável dos dias que revolvem as passagens que atravessam
a minha falta de tempo e me furtam a juventude. Insolúvel, revisto-me de
certezas e esperanças em prece e prosa de que vai passar, pois tudo passa, eu
sei. Eu creio. Tudo nessa vida passa. Mas viver de passagens é viver sem
propósito.