14 de fevereiro de 2012

Cumprindo a sina


Cultivo o velho hábito de acreditar em palavras, soltas ao vento, que se agarram a mim e transmutam-se em certezas ao qual vivencio profundamente. Entranham-se ao mais escondido de mim e viram realidade aos meus ouvidos e saberes. Saber, também velho hábito inimigo meu. Questiono meus sentidos na certeza de encontrar perdida em algum lugar a ilusão criada em uma mente de imaginação incalculável, sem sucesso. Noite insone, relembro cada dizer, cada gesto abortado à calada da noite, cada meticulosidade desenhada pelos meus instantes, e cada guarda abaixada de meus encantos, cada cumplicidade. Paro, olho, vejo, que nada está certo, nem errado, apenas calmo, silecioso, como um sono necessário após a concretização de um sonho, visto que o corriqueiro da vida advém do alçar a labuta pós sonhar, com pausas que não significam interrupções. Mas, faz favor, cultive o jardim. Flor que se quer bela, precisa de cuidados, zelo e galanteios diários, pois sua vaidade carece de amor, antes que suas pétalas suspirem em leito de morte, ressequidas ao chão.

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