Oceanos que não secam. Certezas compiladas na confiança de que o amanhã sempre vem. O sol que nasceu, a chuva matinal que regou as esperanças vulgares, marginalizadas pelos dias cheios de futuro. O que há de ser, já foi. O que há de vir, já existiu.
As belezas desbravadas pelos olhares desajustados de especialistas, que percorreram livros e livros, semanas e madrugadas em busca do óbvio.
As certezas. Sempre tão necessárias ao sentir, ver, ouvir.
Os fatos. Sempre tão necessários e minuciosamente desvendados e revertidos em sinônimos e explicações, índices, números: complexas ligações ao saber, esmiuçado em palavras.
O verbo. Célula germinal do amanhecer. A fecundidade do germinar o sentimento. As traduções, anônimas testemunhas da fertilidade inutilizada, riquezas de um fluir sem fim!
Eternos marginais da alma. Viciados, como o crack ao mendigo do centro da cidade. Os desejos se tornam donos, e pensam ser donos dos desejos... O poeta se encanta pela alma que deseja possuir, pensando ser livre, se faz prisioneiro: dos pensamentos seus que lhe limitam a rachar em míseras partículas um dom inteiro.
Observo os vitrais, já belamente poetizados por Adélia, Fábio. E, mesmo em cacos, continuam belos. Aliás, arrisco-me a dizer que sua beleza reside em seu partir pretérito, sabe lá Deus por qual motivo.
Não entendo, por muito, as razões do ruir. Mas cato, como um poeta busca dentro de si as palavras de um belo poema, os pedaços de vitral marginalizados por tantos, como eu, como eu: uma alma constantemente amanhecendo... Desconhecidamente agraciada, por si mesma.
Carlinha, o que dizer, hein?
ResponderExcluirSimplesmente um espetáculo! : )
Bendito seja Deus, nosso Poeta! ; )
Que Ele te abençoe!